Em pleno ano eleitoral, aumento de impostos (com efeito cascata), impunidade nas polícias, na política e na justiça, explosão de propagandas de drogas lícitas como cerveja e cachaça e para desviar a possibilidade e a capacidade do telespectador em refletir sobre o que realmente acontece neste país globalizado e alienado tem o 8º exemplar do Big Brother Brasil nos lares brasileiros.
Tanto é assim que a mídia se rende aos “encantos inovadores” dos participantes e reproduz de forma avassaladora os pormenores da tão famosa casa como se isso fosse a pauta da vez. A tirar pelas páginas principais dos jornais e revistas, bem como sites que são referências em notícias, fazem bom uso da audiência um box especial para os apreciadores de coisas pasteurizadas.
O fenômeno comunicacional, que vem sendo realimentado há quase 10 anos, pode ser um indicador do cansaço da audiência em perceber apenas notícias rotineiras dos telejornais que mudam apenas de canal e roupa mas o conteúdo é semelhante. Outro fator que contribui com este cenário pode ser as poucas opções de canais e programações, deixando o telespectador com o comodismo de aceitar qualquer coisa para assistir já que qualquer outra saída vai chegar no mesmo lugar: nada.
Assim caminha a nossa televisão considerando o alcance da maior emissora do país (Rede Globo), e compreendendo que quase nada tem sido feito no sentido de reverter este quadro. Radicalismo à parte, a TV, hoje, é praticamente uma janela aberta para o nada. E assim sendo, que função podemos delegar a grande mídia que não seja de alienação e desequilíbrio do processo de renovação social? Que sociedade estamos formando onde nos bancos universitários, nos bares e nas baladas, jovens e adultos têm o mesmo discurso: o que acontece na famosa casa do BBB.
A construção imagética do programa BBB pode ser o resultado de uma sociedade que já vem assimilando conteúdos nada edificantes e questionadores e portanto, pouco tem a dizer, indagar e refletir sobre a possibilidade de novos conhecimentos e avanços dessa sociedade.
Dessa forma, a mídia consolida e estimula este processo degradante na medida em que pouco ou nada faz para reverter este cenário. E fazendo questionamentos apenas nos centros acadêmicos criamos uma rotina do discurso embolado, isto é, apenas para o mesmo grupo, os mesmos pares, as mesmas “cabeças”.
A TV das ilusões entrou na UTI. Algo tem que ser feito com urgência no sentido de modificar o quadro clínico antes que a causa morte seja a inércia de uma sociedade em transformar esta mesma sociedade.
Cara Teresa,
ResponderExcluiré muito bom saber que nem tudo está perdido.
Quando vejo uma profissional como você que, mesmo estando em férias, não perde a oportunidade de manifestar sua indignação com a falência a que chegou a mensagem da TV brasileira.
Estou com email extenso, que recebi de um amigo que também é educador, e que repassarei para todos os meus contatos, relatando em resumo que a TV causou e causa mais estragos que todas as guerras juntas.
É longo mas que vale a pena ler e repassar.
Toda a lógida do conteúdo da programação da TV está relacionada com o consumo Teresa. Então dane-se a melhora do conteúdo se não ocorrerem aumento de venda, de compra, enfim, de consumo para as marcas que investem em propagandas.
O BBB é mais desses casos de "sucesso" que já está com vaga garantida para exibição até 2015 e existe uma briga no mercado publicitário para ver quem é que paga a cobiçada COTA MASTER de cada um desses programas.
Minha admiração e um grande abraço,