terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ser político é a melhor profissão


Praticamente em todos os eventos da área de recursos humanos podemos ouvir de especialistas a nobre frase “o trabalho edifica o homem”.

A exceção fica por conta da profissão político. O processo de montagem, produção, estratégia, desenho e arquitetura da função político são por demais semelhantes às artimanhas do sistema nazista.

Depois de construir caminhos para chegar ao poder, o profissional político veste a imagem porta voz da sociedade e, portanto capaz de se auto intitular merecedor de aumentos salariais exorbitantes, um maior número de assessores que contribuam com novas estratégias nazistas para roubar o povo sem que esse povo pense que está sendo lesado.

Exageros à parte, os políticos fazem parte de uma corja emaranhada entre si que desfrutam das benesses adquiridas sejam nos governos totalitários ou democráticos como o nosso.

Compreende-se que numa sociedade democrática (felizmente ou infelizmente) não há processo de mudança em sua estrutura sem que se passe pelo contexto político.

Porém, parece ser complicado e difícil de engolir a forma e o modo como são construídas as gestões públicas em termos administrativo, econômico e mesmo político num país como o nosso.

Ao produzir representantes corruptos na ponta do sistema em nível federal vai sendo perpetuado, em efeito cascata ou dominó, novos aprendizes desse conceito para as instancias estadual e municipal.

As especializações dos nossos políticos em termos de conhecimento contribuem para que os mesmos sejam referencias internacionais em várias áreas: administração de verbas não declaradas (vulgo caixa 2), captação ilícita de sufrágio (compra de votos), nepotismo disfarçado (emprego para parentes em gabinetes de outros colegas parlamentares); negociatas em torno de votação de emendas parlamentares, acomodação de políticos não eleitos em cargos de assessoria, abertura de empresa "laranja" para conduzir as novas verbas, trafego de influência, verbas publicitárias suntuosas para “cala boca” de imprensa e ações midiaticas, importantes para que os políticos não percam de vista o alvo: as eleições.

Em se tratando de uma profissão tão promissora, não é de se espantar que filhos e netos das chamadas raposas políticas tenham tanto interesse por este oficio.

Afinal, desempenhar todas essas especializações e continuar na impunidade... não poderia existir profissão melhor para quem deseja trilhar este caminho e se tornar mestre e doutor em “ciências das falcatruas”.

Inscrições abertas para 2010.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Tudo pode acontecer...







Imprensa exagerada 1....


O site Comunique-se trouxe uma matéria produzida pela agencia Reuters (ver abaixo) que mostra em seu título o exagero (de sempre) que a imprensa faz na construção da informação (como diria o sociólogo Pierre Bourdieu).

Com o título “Barack Obama é a maior notícia deste século” a mídia, como sempre, tenta atrair o leitor não pela importância da informação em seu contexto mas pela produção de uma violência simbólica (conceito de Bourdieu) que faz o leitor, internauta, ouvinte, telespectador... se deixar envolver num ato não pensando do que é a informação, mas sim no efeito do produto notícia.

Pensando bem, o século 21 começou agora. Tem apenas 8 anos. E ainda mais, da forma como a imprensa vem conduzindo a informação, tantos outros personagens podem vir a ser a notícia do século.

Imprensa exagerada...2

Barack Obama é a maior notícia deste século

Da Redação

Pesquisa realizada pela Global Language Monitor revela que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, é o maior destaque da imprensa neste século. Os resultados divulgados nesta segunda-feira apontam que a cobertura da candidatura de Obama rendeu duas vezes mais textos que qualquer outro evento desde a virada do século.

“Obama não tem precedentes. Ele cativou o mundo”, disse o presidente da entidade responsável pelo estudo, Paul Payack.

Obama foi tema de cerca de 250 milhões de notícias, batendo assuntos como a guerra do Iraque, a morte do Papa João Paulo II, o ataque ao World Trade Center e o furacão Katrina."A magnitude nos surpreendeu. Ele teve 750.000 citações antes de ser escolhido como candidato do partido", disse Payack.

Com informações da Reuters.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

José Dirceu: um convidado “ilustre” na posse do prefeito do Recife


A imprensa pernambucana, especificamente a recifense, começa a soltar os nomes dos convidados chamados ilustres que vão participar da posse, dia 1º de janeiro, do novo prefeito petista seqüencial do Recife, João (que é de João Paulo) da Costa.

Um dos exaltados é o ex-ministro José Dirceu. É impressionante como este homem, depois de todo o estrago realizado na imagem do PT, possa ainda ser considerado “ilustre”.

Das duas uma: ou Dirceu é estrategista demais em termos administrativos ou sabe demais sobre as falcatruas petistas e por isso não pode ser deixado de escanteio. Se assim o for, bota a boca no trombone e leva muita gente pro buraco com ele.

Quem comunga dessa mesma posição é o então cleptomaníaco, usurpador e desviado senador Renan Calheiros (PMDB). O seu poder de fogo é sem limites e mesmo sem fazer alarde consegue uma série de benesses para o seu reduto eleitoral em Alagoas e outros tantos cargos importantes no governo.

Como entender isso? Só perguntando aos “ilustres” que têm uma corda presa em caixa 2, captação ilícita de sufrágio (compra de votos), desvios de verbas, nepotismo e por aí vai a lista...

Se pode? No governo do Brasil tudo pode.

A moral do ainda prefeito Misael Aguilar

Foto: Site prefeitura Juazeiro/BA


O ainda prefeito de Juazeiro/BA, Misael Aguilar (PMDB) e seus pares da coligação Por amor a Juazeiro entraram (19/12/08) com uma ação na justiça pedindo a cassação do diploma do prefeito eleito Isaac Carvalho (PCdoB) alegando que o mesmo fez uso do “caixa dois” durante a campanha eleitoral e iniciou sua campanha política antes da data permitida pelo TSE – Tribunal Superior Eleitoral.

Independentemente de o fato ser ou não verdadeiro, uma pergunta paira no ar: com que moral o então prefeito Misael pode fazer tal solicitação?

Diante de um final de governo a beira de uma tragédia com salários atrasados (suspensos), os postos de saúde na UTI com falência múltipla dos órgãos, além da ausência de prestação de contas dos gastos públicos.

Sem falar que no período eleitoral o que não faltaram foram denuncias sobre compra de votos e “gratificações” especiais para colaboradores de campanha, sobretudo no último dia das eleições.

Para quem tem telhado de vidro fica complicado jogar pedra no telhado do outro. Tudo pode vir à baila.

Na verdade, o que o eleitor quer mesmo é que tudo venha a público e seja dada satisfação à sociedade dos projetos e investimentos realizados pela prefeitura com o dinheiro do povo.

E bom seria que todo o jogo político viesse à mostra não apenas em Juazeiro, mas em todos os demais municípios e candidatos eleitos.

Até porque da forma como as coisas seguem, logo, logo a prática do “caixa dois” vai virar MP (Medida Provisória) e tudo fica “normal”.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Imprensa local e o poder


Seja no blog, site, revista, jornal impresso, TV, rádio...outros meios de comunicação é nosso papel enquanto profissional da imprensa prestar serviços através de uma cobertura com responsabilidade.

Manter a comunidade bem informada, dar relevância a notícia e não ao repórter, buscar a verdade dos fatos e ser a voz da sociedade.

Contribuir para uma sociedade mais desenvolvida, sabedora dos seus direitos e deveres também são atributos imputados à imprensa.

Não cabe a imprensa julgar, acusar, condenar, esculhambar, machucar pessoas, denegrir imagem e humilhar.

Cabe ao profissional que trabalha nesse exercício atuar de forma ética junto aos seus pares, não desmerecer quem quer que seja para ocupar um lugar no mercado.

Há espaço para aqueles que fazem da imprensa um oficio apaixonante e moralmente correto.

Além do espaço que o profissional pode obter existe um critério da profissão repórter que ninguém tira ou doa a outro: a credibilidade.

Ter credibilidade na imprensa é ser ouvido, lido, consultado, questionado. É ser fonte de referencia para outros.

É ser formador de opinião.Ao conquistar o crédito o jornalista/repórter/radialista/fotografo seja ele blogueiro ou não, narrador ou não, que cubra especial ou não... tem um compromisso com a verdade.

Quem administra o veículo da notícia e quem a faz devem respeito ao leitor.

Agindo assim, aqueles que fazem à imprensa local podem ser referencia em outras regiões.

Novela Compesa longe do final feliz 2

Petrolina é um canteiro de obras. Literalmente e na prática é isso que acontece não só em função das obras que o então prefeito Odacy Amorim (PSB) quer inaugurar de toda forma antes de virar a folhinha, mas, sobretudo porque a Compesa resolveu fazer alguma coisa, mas não termina nunca....

A Compesa está (parece que sim...) atuando em várias ruas que dão acesso a Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio. Agora, a Avenida Tancredo Neves e o acesso a Univasf junto ao Parque Josefa Coelho...esses serviços pedem socorro já faz uns 4 anos.

Em TV, novela tem vida útil em média de 6 a 8 meses. É uma obra aberta (pode ser mexida no desenrolar dos fatos) e tem quase sempre um final feliz.

Parece que a população de Petrolina não assistirá esse resultado enquanto a história for sobre a Compesa. Afinal, com obras abertas ou meia sola e com um discurso (de sempre) que todos os serviços serão concluídos em tempo hábil, tudo leva a pensar que nem mesmo em ano eleitoral, 2010, as pessoas podem esperar algo acontecer.

Aguardem cenas dos próximos capítulos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Isaac não é cidadão de Juazeiro?

Os vereadores de Juazeiro resolveram, num primeiro momento, conceder o título Cidadão Juazeirense ao prefeito eleito Isaac Carvalho (PCdoB).

Para consolidar o ato eram necessários 8 votos. Entre conversas, embates, conchavos e ajustes a câmara se preparou para a votação.

Ufa! Impressionante. Apenas 7 votos. O título? Foi para o espaço. As razões dessa mudança quem deve responder são os vereadores, representantes do povo.

Até onde se sabe, escolher uma pessoa para receber um título como esse são feitos vários acordados entre os pares na definição do nome e apoio do mesmo.

O ato em si tem muito mais a ver com a significância da personagem em relação à cidade, sua relevância no contexto social, econômico, político que marcaram (ou marcam) um momento da historia do município.

Muitos podem discordar do partido e da coligação do prefeito, podem não ter votado nele no pleito (estou neste lado), não concordar com sua estratégia de formatação do governo municipal ou até mesmo achar que seu discurso esteja longe de atender a todas as “solicitações” pós-eleições.

No entanto, não se pode negar que os 36 mil votos do povo de Juazeiro nas urnas legitimaram o então candidato Isaac Carvalho ao cargo de prefeito e, portanto cidadão de todos que vivem ou estejam no município.

O ato de escolha (pelo povo ) do nome de Isaac à prefeitura o consolidou cidadão juazeirense independentemente da titulação da Câmara dos Vereadores. Pode-se até não concorda com isso, mas não se pode negar este processo democrático.

Do contrario a democracia não estaria acontecendo por aqui.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Juazeiro precisa de mais vereadores na Câmara?


Esta é a pergunta que não quer calar. De 13 para 19 ou 21, seja lá o número que for de vereadores é preciso se questionar o que fazem esses tais representantes do povo.

Existe realmente necessidade de aumentar o número de vereadores para o município? Com que justificativa? Os representantes atuais não dão conta das inúmeras atribuições que o cargo exige?

Quanto e quais os projetos desenvolvidos por esses vereadores? São importantes para coletividade? De que forma os edis estão prestando conta à população das suas atividades?

Por acaso já foi analisado o custo de cada vereador para o município? O que a população paga em termos de salário, benefícios, verba de gabinete e tantas outras regalias que só mesmo uma “profissão político” pode proporcionar?

Ao responder essas questões, aí sim, poderemos fazer uma análise bem detalhada da supra importância de novos “representantes” do povo na Casa Aprígio Duarte Filho.

Do contrário estaremos apenas contribuindo para o uso indevido do dinheiro público.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crise ou falência de honestidade – parte 1


“Se gritar pega ladrão, não fica um, mermão”. O refrão do samba-enredo de Bezerra da Silva estava muito ligado unicamente aos patriarcas das roubalheiras, sejam eles alguns petistas da vida, o povo do mensalão, mensalinho, governos estaduais e municipais, entre tantos outros.

Hoje a melodia e a prática da cleptomania entraram de torneira a dentro também nos grandes escalões das instituições tidas como baluartes da moral, decência e bons costumes.

Resultado: alguns expoentes da chamada justiça estão abrilhantando as manchetes de jornais e sites diversos para apresentar a falência da honestidade, ou melhor dizendo a síndrome da corrupção.

A tubulação do valerioduto chegou ao judiciário de Vitória do Espírito Santo e pegou em cheio o desembargador Josenider Varejão Tavares, um dos quatro magistrados presos pela Polícia Federal (09.12.08) na Operação Naufrágio.

O “representante da justiça” confessou que receberia R$ 43 mil por uma decisão judicial que beneficiou um prefeito da cidade do interior que havia sido afastado do cargo.

Josenider contou que recebeu R$ 20 mil no dia do telefonema e os outros R$ 23 mil seriam entregues uma semana depois (veja matéria aqui).

A síndrome da corrupção está atacando (já faz um certo tempo) áreas conhecidas como ilibadas. Espaço considerado topo de linha. Primeira classe em termos de respeito ao ser humano e referencia nas questões sociais, ética e jurídica.

Nessas áreas, a honestidade estava impregnada nas paredes, nas cadeiras, nas pastas, nos micros, nas canetadas das pessoas que conduziam essas instituições.

E agora? Pra onde vamos? Que vendaval é este que estamos passando que nem mesmo uma crise financeira com proporções internacionais pode tirar o nosso foco de uma questão moral?

Das duas uma: ou a sociedade brasileira fecha para balanço e faz um estudo aprofundado sobre estas questões que fragilizam a nossa crença nas instituições ou anunciaremos em pouco tempo a falência múltipla de todos os órgãos representantes dessa sociedade.

Isso implica na ausência da ordem e na consolidação do caos.

É pra isso que estamos caminhando?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Inauguração de obras no final da gestão


Pulando entre pedras, cimento, britadeira e homens trabalhando. É dessa forma que a população de Petrolina vai às compras no Centro da cidade ou circula “perigosamente” nos bairros entre uma obra e outra.

Sem desmerecer o trabalho que está sendo executado pela prefeitura da cidade, o Shopping à Céu Aberto e o mercado “camelódromo”, é preciso entender o desconforto causado pelas obras que vão harmonizar o espaço urbano e tornar o ambiente mais confortável para melhor atender a população.

Isso tudo é bom e fácil de se entender. O complicado é perceber a velocidade com que estas e outras obras são “tocadas” para cumprir um calendário apertado de inauguração na gestão do então prefeito Odacy Amorim.

Em função desse corre-corre muita coisa vai ficar por fazer e outras vão estar muito mal acabadas e com seqüelas vindouras. Um dos exemplos são asfaltos em bairros e ruas da periferia que estão afundando quando nem bem receberam o fluxo de veículos esperado.

O “desespero” de correr contra o tempo para entregar tudo que está sendo feito nesta gestão pode complicar a tal marca que se pretender deixar para as próximas eleições.

Nada contra, nem a favor, muito pelo contrário (só pra não ter posição), mas o prefeito Odacy precisa apenas ter cautela nessa corrida de concreto. Afinal, existe um tempo de obra e de conclusão da mesma para que o serviço seja considerado adequado, eficiente e seguro.

Do contrário, a marca da sua gestão poderá ser apagada de forma veloz na medida em que as obras não se firmem com projetos bem estruturados. E o resultado da investida não traga frutos para os próximos palanques.

Em final de gestão com vistas para novos projetos político, muita coisa pode ficar inacabada ou mal fixada. A conseqüência pode ser um desgaste da imagem realçada pela própria oposição.

Parece que esta não é a melhor estratégia do marketing político. Pelo menos não deveria ser!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Novela da Compesa não tem cenas finais


Compreender o esquema de trabalho da Compesa é realmente um grande desafio para população. A história da prestação de serviços da empresa é uma novela que não tem cenas finais.
A logística profissional da Compesa é um enigma a ser desvendado. Ruas quebradas, serviços iniciados e paralisados, justificativas sem sentidos e a população pagando o “pato”, neste caso, pagando o líquido precioso que a empresa fornece.

É bom lembrar que em algumas localidades a água só aparece em fotografia e a torneira serve apenas como decoração.

É mesmo difícil de compreender como a empresa permite que uma rua como a do Caminho do Sol fique rasgada de ponta a ponta e na medida em que os carros vão passando os buracos vão afundando. Ou a Avenida Tancredo Neves que já foi interditada várias vezes com placas da Compesa (e agora da prefeitura também...) mostrando que “pretende” fazer o trabalho. Quando? Ninguém sabe.

Não é novidade encontrar em vários pontos de Petrolina obras inacabadas da empresa com a justificativa de que a conclusão do trabalho é de responsabilidade da prefeitura. É um jogo de empurra-empurra pra cá e pra lá...e o povo? Pagando o pato, ou melhor, o líquido....

Boa parte desses serviços que estão abertos ou não concluídos deve ter em torno de 4 anos e o mais impressionante nisso tudo é que a companhia alega que em pouco tempo vai terminar o trabalho.

O que a Compesa entende por pouco tempo? São mais de 4 anos? O que é mesmo de responsabilidade da prefeitura? Por que essa relação entre as duas instituições não fica clara para a população?

Com a resposta a empresa Compesa e a prefeitura.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Final de administração e mil coisas a fazer....


Fim de mandato de governo é tudo igual. Uns dizem que estão entregando o governo com dinheiro em caixa até agosto de 2009.

Outros dizem que existem débitos com o governo federal que vai até 2030 e que por isso pouco ou quase nada podem fazer no final da gestão.

No entanto, alguns serviços podem sim ser executados e não estão sendo feitos. Limpeza de terrenos baldios, ajustes em ruas, limpeza de canais a céu aberto, além de recuperação de vias são alguns exemplos.

Além de sofre com o descaso do governo municipal a população ainda tem que enfrentar os inúmeros buracos que a Compesa abre e não fecha ou coloca uma meia sola pra enrolar os moradores.

Agora, no bairro Henrique Leite, em Petrolina, há preparativos para inauguração de saneamento em ruas onde uma parte do logradouro está feita e ao outra não (na mesma rua). Como entender isso?

O slogan da C&A, abuse e use, é aplicado pelos políticos e presidentes de bairro como base de enganação explicita e descarada. Parece até que o dinheiro aplicado nessas obras não vem do bolso de cada cidadão. (?)

Por isso, temos de estar sempre nos lembrando que somos nós, eleitores, que votamos e legitimamos nas urnas a participação desses “representantes” do povo.

A democracia se faz dessa forma. No entanto, nesse sistema também existe prazo de validade. Caso os tais representantes não atendam os propósitos dos eleitores podem não voltar aos cargos.

As mudanças nas câmaras e nas prefeituras nessa última eleição ratificam estas informações.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Os novos secretários de Petrolina e Juazeiro


Este blog já postou alguns textos sobre a escolha de secretários para as pastas municipais em Petrolina/PE e Juazeiro/BA.

O assunto vem à tona, novamente, num momento em que alguns nomes estão sendo cogitados e outros já foram até confirmados. (?) E qual é a preocupação básica do eleitor, da comunidade?

É o compromisso (ou não) que estas pessoas devem (deveriam...) ter para com a questão pública. Algumas coisas que não são bem resolvidas ficam expostas quando as escolhas dessas pessoas deixam de passar por um crivo técnico, responsável, ético e de credibilidade.

É preciso então fazer uma reflexão (coisa que este blog vem tentando fazer a muito tempo...). Como pode um engenheiro, por exemplo, ligado a uma empresa que venha a ser beneficiada pela prefeitura, assumir uma secretaria chave que atua na área de urbanismo?

Como pode um repórter, radialista ou jornalista (por formação) assumir a função de secretário de imprensa e ao mesmo tempo estar ligado a um veículo de comunicação? Haverá isenção na sua cobertura como repórter do veículo?

De que forma uma Secretaria de Ação Social pode avançar em projetos de desenvolvimento para o coletivo se a pessoa que responde pela pasta não entende coisa nenhuma sobre social e pouco ou quase nada pisou na periferia da cidade?

Haverá avanços na área da educação, por exemplo, se a escolha do secretário(a) passar apenas por uma indicação (conchavo) política já que o escolhido(a) não sabe nem o que é educação doméstica? Haverá avanços?

Fazer uma campanha política (sobretudo aqui no Brasil, sobretudo no interior desse Brasil...) não é uma tarefa fácil. Até porque a tirar pelos ilustres candidatos, tanto à prefeitura como a vereança, se imagina o nível de comprometimento com a coisa publica.

No entanto, fazer a escolha do quadro de profissionais que vão gerir o município junto com o prefeito é uma definição muito importante e que requer uma análise, sobretudo, sociológica da realidade local e regional.

O significado das possíveis variações entre o agir comunitário, os conflitos urbanos e rurais, as questões macro e micro que envolve a administração de uma cidade devem ser pensados considerando todo o conjunto problemático que permeiam as comunidades.

Assim, é mais do que importante e relevante à escolha de secretários que tenham o perfil adequado para gerir essas questões, que vão muito além de uma campanha política.

É preciso profissionalismo (agarrado com decência). Estas são as palavras chaves. O resto? Vamos aos ajustes.

domingo, 23 de novembro de 2008

Estou no Recife

Gente,
Estou no Recife (onde tem a Orla mais linda do Nordeste) e quase não posso postar no blog. Hiper, mega, super ocupada...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Compesa, prefeitura e o povo…a novela continua


Nos capítulos anteriores, meses que antecederam as eleições, dizia a Compesa (ou era a prefeitura??) que estava resolvendo questões estruturais de solo e tubulação para então solucionar as enormes crateras abertas pela empresa em várias ruas de Petrolina.

Mas os serviços estão paralisados, inacabados e são verdadeiros transtornos à população. Há locais que a tabuleta da Compesa está até empenada de tanto esperar o trabalho.

Tem rua que aguarda o tal ajuste da empresa há mais de um ano... isso tudo pra não falar da água que não chega em muitos bairros mas a fatura vem todo mês normalmente.

E o povo? Vai às ruas, às rádios, faz reclamações na própria empresa, entra na justiça contra a Compesa... e nada. Por que será que esta empresa é tão blindada e parece que nada chega até o topo do poder.

Como pode uma empresa se dizer prestadora de serviços, abrir frente de trabalho em ruas importantes em circulação de carros e não concluir o trabalho?

A novela da Compesa vem rendendo audiência e muito a imprensa regional. A pauta dos rádios é uma repetição diária e por mais que a temática venha à tona parece que as coisas não andam.

De que forma o Ministério Publico pode agir para fazer valer o direito do cidadão? Por que nós, pobres mortais, que pagamos religiosamente a conta de água com serviço temos que engolir seco este descaso para com a sociedade?

Finalmente, as ruas serão consertadas? Os serviços serão concluídos? Quando? As perguntas ficam no ar e no blog.

domingo, 16 de novembro de 2008

Poeisa pra gente ser feliz

ILUSÕES DO AMANHÃ

'Por que eu vivo procurando
Um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?

Procuro em todas, mas todas não são você
Eu quero apenas viver
Se não for para mim que seja pra você.

Mas às vezes você parece me ignorar
Sem nem ao menos me olhar
Me machucando pra valer.

Atrás dos meus sonhos eu vou correr
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.

Se a vida dá presente pra cada um
O meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.

Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho
Na procura de te esquecer
Eu fiz brotar a flor
Para carregar junto ao peito

E crer que esse mundo ainda tem jeito
E como príncipe sonhador
Sou um tolo que acredita ainda no amor.'
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)

Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de 'excepcional'.
Excepcional é a sua sensibilidade!
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15 e peço que divulgue para prestigiá-lo.
Se uma pessoa assim acredita tanto, por que as que se dizem normais não acreditam?


(observações feitas por Liliana Falangola enviadas à Elizbeth Moreira)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A caixa preta da prefeitura de Juazeiro


Depois de uma eleição, e neste caso estamos falando do município, é muito natural (pelo menos deveria ser) o processo de transição entre o ainda atual prefeito e o novo que vai sentar na cadeira a partir de janeiro.

Em Juazeiro/BA, parece que as coisas não são tão naturais assim. Aliás, não é um privilegio só de Juazeiro, mas Jaboatão dos Guararapes (juntinho do Recife/PE) tem um processo de transição pra lá de conturbado e, diga-se de passagem, muito pior do que a cidade vizinha a Petrolina.

E por que uma transição tem que ser tão complicada? O que existe de tão importante na “caixa preta” da prefeitura?

Imaginemos quando mudamos de casa. Fazemos uma geral em tudo e jogamos no lixo (às vezes) uma série de coisas que vão amontoando com o tempo e a gente não se dá conta do quanto isso cresce em volume.

É mais ou menos por aí que uma prefeitura em final de gestão faz. Agora, o difícil é fazer isso tudo e passar informações preciosas que estão guardadas a sete chaves mas que devem ser reveladas independentemente do partido que vai assumir.

Xiiiiii...aí é onde mora o problema. Afinal, lembrando novamente da nossa mudança de casa, temos tantas coisas guardadas que não queremos expor. Coisas que são nossas e devem ficar bem escondidinhas. No entanto, em se tratando de uma prefeitura não podemos pensar da mesma forma.

As gavetas devem ser esvaziadas dos guardados a sete chaves. Tudo tem mais é que ser exposto, apresentado, conhecido, revelado...
Como uma nova gestão pode começar a planejar em médio e longo prazo sem o conhecimento dessas informações?

Vale ressaltar algo interessante. Tudo, absolutamente tudo que faz mover uma gestão municipal deve ser de conhecimento público.

Isso porque até onde sabemos, elegemos pessoas para gerir a coisa pública, aquilo que pertence de direito ao povo, uma vez que é este mesmo povo que paga os salários dos gestores.

Já que vamos pagar a fatura é mais do que justo cobrarmos o extrato.

O povo só quer entender



Existe realmente a tal fidelidade partidária?

Se existe por que os tais representantes do povo pulam tanto de galho em galho?

Por que alguns candidatos não honram o nome do partido durante as eleições?

Por que os partidos que não têm nada a ver um com o outro ficam juntinhos nas eleições e depois começam a briga de foice pelos cargos no poder?

O povo só quer entender.

Se os representantes desse povo puderem explicar, a democracia agradece.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vereador Justino Figura já está gastando por conta


O vereador Justino Figura, aquele do partido Sem Nexo, personagem assíduo da Emissora Rural, que foi eleito por uma junção de compra de votos e desvio de verbas, já está usando o exercício da vereança antes mesmo de assumir a função na Câmara de Petrolina, a partir de janeiro de 2009.

Começou comprando um apartamento na Orla II e uma Hilux preta. Semana passada esteve visitando um dos bancos da cidade (não é aquele da fusão, não!) para saber como investir seus próximos recursos quando receber o salário de vereador.

Discurso complexo, “achistico”, “nexitado” e digno de alucinação em pleno delírio, Justino Figura conversou com a funcionária Anne Keilla que de tão esperta se aproveitou dos adjetivos para exaltar sua retórica. Isso o deixou cheio de si a ponto de fazer vários seguros de carro e de vida, claro.

Tudo isso ele fez contando com o aumento salarial que vai receber (pago com nossos impostos) antes mesmo de fazer qualquer coisa como vereador e continuar não fazendo.

Justino Figura é a expressão legitima da representação do povo no poder. É a figura que se apresenta vez ou outra na Emissora Rural com seu palavreado complexo para explicar o inexplicável em seu discurso sobre uma legislação fraudulenta e corrupta.

O triste desse personagem humorístico é que boa parte das suas brincadeiras narradas de forma tão cômica e inteligente se transforma em verdade para as pessoas.

São tantos os “justinos figuras” na região e no Brasil que muitas vezes confundimos a realidade com a ficção.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Senador faz alguma coisa pelo povo...



É tão raro (não lembro quando aconteceu) esse blog elogiar um político, que ao fazê-lo nem sabe mesmo como começar o texto. Então vamos tentar....

Por incrível que possa parecer o senador Jarbas Vasconcelos do PMDB-PE... sim, isso mesmo, não é do PT é do P-M-D-B -- aquele partido que não tem bandeira ideológica e pega a onda com qualquer um para estar no poder -- fez uma proposta de emenda à Constituição obrigando os chefes do Poder Executivo, presidente da Republica, governadores e prefeitos, a deixarem os cargos seis meses antes da eleição que forem concorrer.

Este blog faz questão de aplaudir o senador pela iniciativa da emenda, já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma vez que os postulantes a renovação dos cargos usam e abusam (e nem são C&A) da máquina publica e negam até o fim que não fazem tal coisa.

Dizem fazer campanha e ao mesmo tempo estarem exercendo suas funções como prefeito ou governador ou presidente.

Nem Albert Einstein consegueria resolver este enigma: como um corpo pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Só os nossos políticos podem explicar esse fenômeno físico.

A emenda ainda será votada em dois turnos no plenário do Senado, antes de passar pelas mãos dos deputados.

Esperamos que os aloprados senadores e deputados reflitam um pouco. A sociedade está cansada do descaso e das roubalheiras seqüenciais.

Só um lembrete: o ano de 2010 está chegando...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama lá... o roubo aqui...Os escândalos que a mídia pouco mostra



Voltada totalmente para as eleições americanas, a agenda midiática em todos os veículos homogeneizou a mais de um mês, de uma forma tão absurda que as pautas mais relevantes em termos de prestação de serviços foram praticamente engavetadas.

A idolatria pelos americanos chega ao ápice do desespero quando a Globo, perdendo audiência no Jornal Nacional, coloca o seu ancora, William Bonner, para transmitir de Washington a tão propagada eleição.

Vale ressaltar ainda a presença de Pedro Bial, sempre com cara de BBB, fazendo comentários pitorescos para não perder o hábito bigbrodiana e os outros correspondentes em vários estados americanos e na Europa que já fazem coberturas diárias. Entre uma matéria e outra dos telejornais a temática era Obama.

Folha de São Paulo, O Globo, O Dia, O Estadão... os maiores portais do Brasil... todos com a mesma agenda abarrotada de informações para brigar por um pedaço da audiência.

Que as eleições americanas são importantes, é inegável. Que a grande imprensa deve cobrir da melhor forma possível para deixar a sociedade informada, é indispensável.

Agora, é preciso fazer uma reflexão dessa cobertura espetacularizada e, com efeito, de idolatria máxima. O novo super-herói, o “salvador” do mundo, a grande revolução, um negro no poder da maior potencia do mundo, o melhor país em termos de democracia... e por aí vai...

Emoção de jornalistas, lágrimas de desconhecidos em vídeo, detalhes sobre a família de Obama e algumas coisitas sobre a relação Brasil X EUA. A imprensa americana toma posições e escolhe lados. A nossa também.

Enquanto exalta os americanos o efeito Obama toma conta da cena brasileira.
Os políticos começam a mexer as pedras em Brasília e em todos os estados. A mídia cobre lá fora e abafa o caso por aqui. Os larápios fazem à festa. Eles estão amando esse momento brasileiro-americano de ser...

A grande imprensa chega aos detalhes da vida do novo presidente americano (lá... de lá...) e aqui não aprofunda nenhuma matéria sobre estes aumentos de salários dos representantes do povo (que povo? Deve ser o povo da casa deles!) e deixam de estimular o debate social sobre um fato que diz respeito diretamente a nós brasileiros.

Vocês se lembram da cobertura da imprensa americana quando Lula foi eleito pela 1ª vez? E a 2ª vez? Vocês se lembram? Também temos um descendente de negro no poder. Também temos uma representação da base, do povo, no poder. E nem por isso os jornalistas americanos choraram com as nossas eleições.

Enquanto a grande mídia puxa o saco dos americanos (que não tão nem aí pra gente...) nossos políticos que são maestros em falcatruas mandam a fatura pra gente no próximo mês e ainda vem no envelope com selo americano para não cair no esquecimento.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Por que a eleição municipal virou barganha?


É a chamada globalização da política. A eleição municipal deveria ser de exclusividade dos munícipes e em prol dos mesmos. Afinal, a preocupação do cidadão que paga os tributos à prefeitura é saber se os impostos são usados em benefícios da comunidade, do seu bairro, do município.

É pra isso que se elege um prefeito. Simples, não?

Engano nosso. Como a eleição é local, mas o jogo político é estadual/nacional com visão futurista para o próximo pleito a fatura para o município chega mais cedo.

E de que forma? Quem está no poder em nível de estado faz suas indicações para compor as secretarias e cargos tidos como “chave” que vão arregimentar os “soldados de campanha” para os próximos pleitos: 2010 e 2012.

Mas isso já acontece de agora? Por incrível que pareça, sim. E o que fazer em termos de projetos estruturadores para a cidade? Vai depender dessa composição.

É importante ressaltar que a barganha não é um privilegio do partido X ou Y. Até porque as funções partidárias estão misturadas quando há interesses em comum. E em termos ideológicos há muito tempo (e que tempo...) as bandeiras dos partidos já foram queimadas e nem as cinzas ficaram pra fazer a história.

É nesse momento que radicais xiitas defendem com unhas e dentes os seus cargos eleitorais num duelo de titãs com os conservadores de Maomé que barganham espaço na composição do governo atual mesmo sendo da gestão anterior. Isso não faz diferença.

Assim, vai se costurando e alinhavando o circo municipal que a depender da resistência da lona pode rasgar em menos de um ano. Para o acabamento são chamadas algumas figuras midiáticas ou da própria imprensa que se deixam envolver pelas cifras a receber ou pelo status na sociedade ou pelas duas coisas, desde que não percam o poder.

A geografia do voto municipal está para o cenário nacional assim como os cargos políticos estão no grau de importância elevado para compor o tal projeto de governabilidade local e estadual.

Globalizar a política (municipal) é também individualizar os ganhos e socializar as perdas. O que isso tudo tem a ver com Petrolina/PE e Juazeiro/BA?

Nas eleições de 2010 e 2012 todos vão saber.

domingo, 2 de novembro de 2008

Quem foi o poeta Patativa do Assaré


Minha amiga Bet Moreira me enviou (como sempre faz todos os domingos) uma bela poesia.

Dessa vez do jeito que eu mais amo: bem nordestina. E aí passou também um resumo da vida do grande poeta, Patativa do Assaré, que eu socializo aqui para meu colegas blogautas. A poesia está postada logo abaixo...

Antônio Gonçalves da Silva (Assaré CE, 1909 - idem 2002). Freqüentou a escola por apenas quatro meses, em 1921, mas desde então vem "lidando com as letras", como ele mesmo afirmou.

Agricultor, em 1922 já atuava como versejador em festas, e a partir de 1925, quando comprou uma viola, deu início à atividade de compositor, cantor e improvisador. Em 1926 teve um poema publicado no Correio do Ceará, mas seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, seria lançado trinta anos depois, em 1956.

Em 1978 publicou o livro Cante Lá que Eu Canto Cá, e em 1979 iniciou, com Poemas e Canções, a gravação de uma série de discos, entre os quais se destacam Canto Nordestino (1989) e 88 Anos de Poesia (1997).

Seu último livro, Cordéis-Patativa do Assaré , é de 1999. A poesia de Patativa, que verseja em redondilhas e decassílabos, traduz uma visão de mundo "cabocla", muitas vezes nostálgica e desapontada com as mudanças trazidas pela modernidade e pela vida urbana.

Sua obra aborda os valores e os ideais dos camponeses do interior do Ceará, em poemas que tematizam da reforma agrária ao cotidiano dos sertanejos cearenses.

Aos Poetas Clássicos


Patativa do Assaré (*)

Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;

Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.

Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá.

No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô Filisberto de Carvaio.

No premêro livro havia
Belas figuras na capa,
E no começo se lia:
A pá — O dedo do Papa,
Papa, pia, dedo, dado,
Pua, o pote de melado,

Dá-me o dado, a fera é má
E tantas coisa bonita,
Qui o meu coração parpita
Quando eu pego a rescordá.

Foi os livro de valô
Mais maió que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;

Eu juro que Jesus deu
Sarvação a Filisberto.
Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.

Na minha pobre linguage,
A minha lira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente.

Poeta niversitaro,
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.

Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.

Se um dotô me perguntá
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficá,
A minha resposta é esta:
— Sem a rima, a poesia
Perde arguma simpatia
E uma parte do primô;
Não merece munta parma,
É como o corpo sem arma
E o coração sem amô.

Meu caro amigo poeta,
Qui faz poesia branca,
Não me chame de pateta
Por esta opinião franca.

Nasci entre a natureza,
Sempre adorando as beleza
Das obra do Criadô,
Uvindo o vento na serva
E vendo no campo a reva
Pintadinha de fulô.

Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.

Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna.
Dêste jeito Deus me quis
E assim eu me sinto bem;
Me considero feliz
Sem nunca invejá quem tem
Profundo conhecimento.

Ou ligêro como o vento
Ou divagá como a lêsma,
Tudo sofre a mesma prova,
Vai batê na fria cova;
Esta vida é sempre a mesma.

Só pra gente rir (ou é chorar??)







sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O povo quer saber....Isaac responde


Sabe-se por umas bocas miúdas que o futuro prefeito de Juazeiro, Isaac da Juagro (PCdoB), não fará a tão esperada auditoria na prefeitura, inclusive, alguns secretários do governo atual talvez nem saiam da pasta e continuem trabalhando normalmente como se nada tivesse acontecido...(?)

Daí vem à pergunta que não quer calar, afinal, que mudança é esta que o então candidato, na época, disse que iria fazer quando assumisse a prefeitura?

O que houve de tão interessante, importante e estranho entre os arquiinimigos Misael Aguilar (PMDB) e Isaac Carvalho (PCdoB) que contribuíram para esse ajuste de cavalheiros?

E por que o povo quer saber? Porque a eleição para prefeito acontece de 4 em 4 anos e em democracia a soberania ainda é do povo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O poder da vírgula

Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula pode ser uma pausa... ou não:

Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro:

23,4.
2,34.

Pode ser autoritária:

Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis:

Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões:

Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução:

Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:

Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode ser ofensiva:

Não quero comprar seu porco.
Não quero comprar, seu porco.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da suainformação.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Aprendemos com as eleições


Algumas coisas aprendemos depois de uma eleição. Sabemos, por exemplo, distinguir entre candidatos e candidatos, quem realmente parece ter nascido pra ser político e outros que se não concorressem ao pleito, ajudariam muito mais.

Também como eleitor, aprendemos a rejeitar determinados projetos absurdos que não sairiam do papel nem mesmo tomando injeção. Percebemos, até mesmo sem entender de marketing ou publicidade, quando uma campanha está agressiva, preconceituosa e quando o nível é de baixaria.

Dona Maria que mora no Quidé (meu personagem exemplo na faculdade) pode não entender nada, nadinha das estratégias de campanha, mas sabe perfeitamente bem quando um programa eleitoral em TV está, digamos assim, exagerando na medida.

Um dos exemplos conhecidos em nível nacional foi exposto no guia da então candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Nem bem começou a disputa no segundo turno, ela usou um elemento desnecessário em campanha: a vida pessoal do adversário, questionando o fato dele não ser casado e de não ter filhos.

Lembrando seu episódio na crise área (a charge acima tem tudo a ver...), em vários momentos a ex-ministra, ex-prefeita de Sampa e amiga íntima de berçário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, queria mesmo era usar o prestigio do amigo para ganhar o poder em São Paulo. Com isso, atacar o adversário na área pessoal parecia ser 'o caminho' para conquistar os eleitores. Ledo engano.

Marta, que de simpática só tem o nome, jamais poderia usar tal estratégia sendo ela quem é (pelo menos diz ser!!), nada preconceituosa e em defesa dos menos favorecidos. Além de que ela própria deixou o marido (Eduardo Suplicy) e ficou com o assessor de campanha (não tenho nada a ver com isso...). Ainda assim, nunca houve e parece que não haverá carisma em suas falas.

A partir desse episodio começa uma queda vertiginosa para quem estava à frente na pesquisa. O desespero do marketing político foi tanto que no seu ultimo programa eleitoral ela gastou o tempo mostrando uma briga do adversário Gilberto Kassab (DEM), num posto de saúde, em 2007.

Não deu outra: o PT perdeu ontem (26/10/08) em São Paulo e ficou sem a prefeitura mais importante do país em termos de representação política nacional.

Kassab não começou a campanha bem, teve brigas entre os pares e, no entanto saiu vitorioso. O efeito Lula não apagou a arrogância da candidata e não tirou da mente do eleitor o fato de que Marta queria atingir a vida pessoal do adversário e não as propostas políticas que ele defendia.

O resultado serve como exemplo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Poesia pra ser feliz

POEMINHA SENTIMENTAL

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma

E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!

No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Mario Quintana - Preparativos de Viagem