quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crise ou falência de honestidade – parte 1


“Se gritar pega ladrão, não fica um, mermão”. O refrão do samba-enredo de Bezerra da Silva estava muito ligado unicamente aos patriarcas das roubalheiras, sejam eles alguns petistas da vida, o povo do mensalão, mensalinho, governos estaduais e municipais, entre tantos outros.

Hoje a melodia e a prática da cleptomania entraram de torneira a dentro também nos grandes escalões das instituições tidas como baluartes da moral, decência e bons costumes.

Resultado: alguns expoentes da chamada justiça estão abrilhantando as manchetes de jornais e sites diversos para apresentar a falência da honestidade, ou melhor dizendo a síndrome da corrupção.

A tubulação do valerioduto chegou ao judiciário de Vitória do Espírito Santo e pegou em cheio o desembargador Josenider Varejão Tavares, um dos quatro magistrados presos pela Polícia Federal (09.12.08) na Operação Naufrágio.

O “representante da justiça” confessou que receberia R$ 43 mil por uma decisão judicial que beneficiou um prefeito da cidade do interior que havia sido afastado do cargo.

Josenider contou que recebeu R$ 20 mil no dia do telefonema e os outros R$ 23 mil seriam entregues uma semana depois (veja matéria aqui).

A síndrome da corrupção está atacando (já faz um certo tempo) áreas conhecidas como ilibadas. Espaço considerado topo de linha. Primeira classe em termos de respeito ao ser humano e referencia nas questões sociais, ética e jurídica.

Nessas áreas, a honestidade estava impregnada nas paredes, nas cadeiras, nas pastas, nos micros, nas canetadas das pessoas que conduziam essas instituições.

E agora? Pra onde vamos? Que vendaval é este que estamos passando que nem mesmo uma crise financeira com proporções internacionais pode tirar o nosso foco de uma questão moral?

Das duas uma: ou a sociedade brasileira fecha para balanço e faz um estudo aprofundado sobre estas questões que fragilizam a nossa crença nas instituições ou anunciaremos em pouco tempo a falência múltipla de todos os órgãos representantes dessa sociedade.

Isso implica na ausência da ordem e na consolidação do caos.

É pra isso que estamos caminhando?

2 comentários:

  1. É lamentável, mas a verdade é que a honestidade nas instituições é algo em falta. Quando vi nos jornais a prisão do desembargador Josenedir Varejão Tavares do Espírito Santo, me perguntei até onde o Brasil vai chegar com a corrupção até mesmo em membros da justiça.

    João Barbosa

    ResponderExcluir
  2. Pior que é viu João! a coisa ta feia

    ResponderExcluir