Foste Tudo...
Não Foste Nada...
Emília Possídio
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
Foste tristeza nos jardins do mundo,
onde a açucena não pariu a flor
e o sorriso, num rosto moribundo,
perdeu-se na noite, morreu sem cor.
Foste incerteza em caminhos duros,
dúvida...Quisera eu - fosses verdade!
Foste nuvem vagando nos escuros
das noites sem nenhuma claridade.
Foste solidão, campo abandonado,
fenecer do amarelo dos trigais
impedidos de crescer no prado,
por teus passos sem rumo e marginais.
Foste tudo, naquela madrugada,
mas não ouviste o som dos madrigais!
(Emília Possídio)
Recife, 28.02.2008
-----------xxxx-----------
Glosa de Lêda Mello
Mote:
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
GLOSA:
Vieste à minha vida e te fiz senhor,
Não Foste Nada...
Emília Possídio
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
Foste tristeza nos jardins do mundo,
onde a açucena não pariu a flor
e o sorriso, num rosto moribundo,
perdeu-se na noite, morreu sem cor.
Foste incerteza em caminhos duros,
dúvida...Quisera eu - fosses verdade!
Foste nuvem vagando nos escuros
das noites sem nenhuma claridade.
Foste solidão, campo abandonado,
fenecer do amarelo dos trigais
impedidos de crescer no prado,
por teus passos sem rumo e marginais.
Foste tudo, naquela madrugada,
mas não ouviste o som dos madrigais!
(Emília Possídio)
Recife, 28.02.2008
-----------xxxx-----------
Glosa de Lêda Mello
Mote:
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
GLOSA:
Vieste à minha vida e te fiz senhor,
Tudo te dei no nada das quimeras.
Eu fui palavra expressando amor,
Foste silêncio nas longas esperas.
Nesse intervalo de uma vida inteira,
Do tudo que sonhei foste a fração,
Elo perdido n'alma prisioneira,
Pergunta sem resposta (presa) ao coração.
Trecho de um livro que não foi escrito,
Gotas de chuva em céus de primaveras,
Tela esquecida no tempo infinito,
Obra inacabada ultrapassando eras.
Do tudo que sonhei, sincero e franco
E dei abrigo no meu coração,
Restou o nada de uma folha em branco
Esquecida na estante da ilusão
Tereza,
ResponderExcluirEstá incluído em meus favoritos o seu blog. Não pela pela alegria de ver meu poema nele publicado, mas pelo valor do que nele está postado. Somos feitas do mesmo barro rsrsr somos ribeirinhas. Tudo de Petrolina/Juazeiro me interessa e muito - sou Petrolinense.
Você está prestando um serviço riquissimo na área de comunicação/cidadania. Parabéns!
Uma curiosidade: você é filha de Dasdores/Manoelito? Mantivemos boas relações quando eu morava em juazeiro.
Emy querida, bom demais encontrar aqui o seu poema e a glosa de Lêda Mello, formando um belo conjunto. Apesar de estar do outro lado do atlântico, acompanho as coisas 'da terra' e aplaudo blogs como este! Parabéns, Tereza, força! Não podemos permitir que o resto do mundo pense que o Brasil tem a cara de nossos políticos!
ResponderExcluirUm abraço, Sylvia
Emília querida,
ResponderExcluirSou do Recife e cheguei nesta cidade há 4 anos. Não tenho família de sangue aqui...Sou apenas eu, meu marido e o filho mais novo. Mas me sinto parte do contexto. Afinal, moro aqui, trabalho em 2 faculdades depois da ponte e não quero dormir e acordar nessa região sem participar do seu processo. Parabéns pela poesia...sempre é muito bom fazer esse contraponto entre o texto jornálistico/crônica e poesia...deixa tudo mais leve, não é verdade??
bjs,
Teresa
Sylvia,
ResponderExcluirObrigada pelo comentário e acesso..
Creio que o Brasil tem muito mais o que mostrar do que esconder.
Ele é muito maior que os nossos políticos.
bjs,
Teresa