domingo, 30 de dezembro de 2007

A paisagem do Recife

Foto Junior

O Recife tem umas coisas que intrigam o olhar mais atento dos sensíveis e zelosos por uma urbanização descente. A poluição visual-publicitária esta deixando a paisagem mais triste. Sem dúvida isso é uma questão de responsabilidade pública e sobretudo de decisão política. Isso existe no Recife?

Nada a ver com preconceito a propaganda externa, muito pelo contrário, sendo esta uma ferramenta a favor da divulgação de produto e quando bem exposta e trabalhada, tem resultados extremamente satisfatório.

A questão básica é que muro, ruas, poste, pontes... não há um só lugar da paisagem urbana que não esteja ocupado por placas, luminosos, lambe-lambe, totens, tabuletas e outras coisas que alguns chamam de “mídia externa”.

Que tipo de política pública está sendo feita para regularizar isso? Por que em plena praça pública políticos podem colocar tabuletas de saudação tomando conta do "pedaço" como objeto pessoal? Por que logo os políticos?

A fixação na mente? Possivelmente a pior. Afinal, entender e assimilar objetos em tabuletas ou outdoor já é uma tarefa natural dos que vivem em metrópoles, agora engolir propaganda demagoga de políticos é querer demais do contribuinte que paga impostos e quer ser cidadão.
As pessoas nos centros urbanos estão sempre correndo pelas avenidas principais como se o tempo fosse terminar em cada instante e o um turbilhão de carros se entrelaçam como se concorressem com o tempo para saber quem chegará primeiro. Isso já é muito pra gente!!
Políticos e poluição visual à parte. Nada como contemplar uma paisagem rica em água e frutífera em desenvolvimento. Recife, preserve sua paisagem!
Afinal, a cidade é formada por gente e a história também.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Estou no Recife....

João Cabral de Melo Neto - Foto Demetrio

Recife e seus desafios

Capiba - foto Demetrios

Praticamente, digo aos meus alunos todos os dias que a capital mais linda do Nordeste é o Recife. Amo esta cidade, suas pontes, casarios, arquitetura e essa orla que de tão bela entontece.


A beleza do Recife é ressaltada nos detalhes da arquitetura imponentes, heróica e delineada pelas obras de quem ama a arte. O Recife é uma expressão de crescimento constante com espigões adentrando nas periferias e no próprio centro da cidade.


O contrate das arquiteturas faraônicas com as palafitas entre rios é um fenômeno não apenas do Recife, mas de grandes metrópoles cercadas de água. Olhar este é cenário é no mínimo refletir sobre as novas tendências urbanas e a preservação do passado.


Mesmo com toda exuberância, há uma tristeza dolorida no Recife que pode vista nos olhos (quando dá tempo) das pessoas que circulam apressadas. Há um temor e pavor do outro como se a qualquer momento alguma coisa ruim fosse acontecer.


A beleza se mistura com a solidão, com o agito frenesi das coisas de cidade grande e com a ausência de políticas públicas eficientes. Há quatro anos fora do Recife, posso perceber que mesmo amando esta cidade, entendo que as pessoas estão vivendo como mutantes, andarilhos...a procura de...


Recife, cidade dos poetas, dos artistas, de um povo caloroso... o que dizer com tanta ausência de coisas a fazer para manter uma cidade e seu povo em constante vontade de viver e viver...

Estou no Recife 2

Manuel Bandeira - Foto Demetrio

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A derrota do governo e a não vitória da oposição


Há quem diga por aí que a derrota do governo no Senado depois da não aprovação da CPMF está sendo amarga, sofrível e absurdamente engolida de goela a dentro pelos compatriotas do PT e assemelhados.

Do outro lado, alguns esbanjam sorrisos promissores sobre a vitória da oposição com a derrubada heróica da CPMF.
Nem uma coisa nem outro a imprensa fica no meio dessa briga. Afinal, em alguns editoriais já se escreveu muito sobre o contra ou a favor de um imposto que veio para atender ao câncer da área de saúde, que sempre esteve na UTI em estado de falência múltiplas dos órgãos, e que praticamente viu o dinheiro voando pela janela. O imposto que de provisório e temporário quase se perpetua de forma exemplar para uma sociedade que perdeu o horizonte do inimigo.
O poder tem dessas coisas. Pois não é que há alguns anos a tão oposição de hoje, baluarte da verdade e do desejo de fazer uma “sociedade mais junta”, é a mesma que criou a CPMF e brigava escandalosamente com espada em punho que o tal imposto iria tirar a saúde do buraco negro, ou melhor, da rua da amargura...
Ao contrário, na época, do PT, seus aglomerados e consorciados, que subiam na tribuna da casa do povo para “malhar o pau” na gestão pefelista (hoje democratista....) e tucanista. Era o PT do Lula Lá, de Mercadante, José Dirceu, Heloisa Helena (hoje P-SOL) que se mostravam aglutinadores do contra a CPMF alegando, inclusive, que o objetivo do governo (na época) era fazer caixas e caixas com o dinheiro do povo.
Verdadeiramente, estamos assistindo a Divina Comédia de Dante Alighieri ou é uma tragédia grega?? Os atores estão pulando de cena e quadros como marionetes. Estão trocando de lugares de tempos em tempos como se isso fosse a solução para o desfecho teatral.
Filosofia à parte, nós eleitores estamos completamente perdidos. Afinal, a credibilidade da instituição Congresso Nacional está na lama, os representantes eleitos pelo voto direto, também.
O discurso, a retórica ficou esvaziada no tempo. Chegamos ao ponto de não sabermos quem fala e quem se diz ser sujeito da fala.
Nesse contexto a imprensa também é uma representação do caos. Mesmo porque as fontes “exemplos” da tão valiosa “verdade” passaram de lado e com elas o discurso seguiu em macha. A pauta da grande mídia ainda é pontuada pelo grosso – geral – do dia-a-dia. Uma salada de pepino com abacaxi semelhante em toda a imprensa. Enquanto os blogs de editorial político estão avançando na busca de fatos e elementos novos que contribuam para uma visão mais societária.
A grande questão ainda é: será que estamos caminhando para uma reforma política transformadora? Ou estamos cambaleando para um poço mais fundo do que este que estamos?
Talvez as urnas de 2010 respondam.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Quando a moral e os bons costumes não passam na TV

Parece que virou mania brasileira a falta de valores estabelecidos a partir do quintal da nossa casa quando aprendemos que respeito, decência, moral e limites são fundamentais para nossa convivência em sociedade.

Ter no outro uma referência de atitude também era exemplo a ser, costumeiramente, compartilhados entre amigos e familiares. A idade, os cabelos brancos, a experiência tinham carimbos de credibilidade e por isso mesmo os que ainda não tinham chegado a esta fase, esperavam calmamente a oportunidade de chegar junto aos mais velhos para aprender e conhecer os caminhos das pedras.

Pai e mãe davam benção aos filhos visando estabelecer um laço de confiança, carinho, segurança e exaltação calorosa de uma vida em harmonia, silenciosa e tranqüila com resultados promissores. Os filhos tinham respeitos, reverencia paciência e amor para com os pais e a família em geral.

A dor de um era sempre compartilhada com os outros. O outro era parte fundamental da construção da estrutura societária. Valores e referencias familiares eram brasões perpetuados de geração em geração.

O resumo da ópera é simples: isso faz tanto tempo assim? Tempo ou não a mídia encurtou este espaço. Vomitou as mazelas em telenovelas, seriados e programas de humor que deixa qualquer adolescente/jovem atônicos e perdidos.

As referencias são as piores: filhos que mentem, roubam, respondem agressivamente aos pais e parentes... que não têm limites... que não gostam das pessoas, que agridem mesmo antes de ser tocados...

A novela, obra aberta e sujeita a muitas mudanças, vai desenhando uma sociedade perdida, sem rumo, desprovida de qualquer caráter, de conceitos elementares na construção de grupos e relacionamentos. Alguns dizem ser “ a realidade do país “, outros querem justificar o maniqueísmo como resultado da evolução do sujeito.

A representação dessa sociedade em série de forma humorada ou dramática é também a radiografia de uma sociedade que está dentro do processo evolutivo tecnológico (internet, TV Digital, blogs...) e perdida no emaranhado de opções.

Tão longo percebamos que estamos caminhando para o fundo do poço poderemos fazer a transformação necessária nos meios de comunicação, em especial a TV. Mudanças estas que contemplem a participação da sociedade na gerência dos conteúdos e no debate sobre as temáticas abordadas.

Assim sendo, a realidade apresentada nas telenovelas ou nos programas de show/humor possa ser cópia fiel do que verdadeiramente esta sociedade está vivenciando e apreendendo na construção de novas possibilidades de comunicação.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Poeta do Rio

O poeta é antes de tudo um sonhador. Sonha pelo que crer, sonha pelo que ama... sonha pelo imaginário e pela vontade de fazer.

Carlos Laerte é um pouco disso tudo misturado com originalidade, determinação, sensibilidade e vontade de fazer melhor. Ao mesmo tempo em que escreve jornalisticamente, faz isso também de forma poética.

Ao mesmo tempo em que lança seu olhar sobre objetos e personagens dá vida ao imaginário.

Ao mesmo tempo em que se faz publicitário se mostrar engajado nas entranhas do sertão nordestino e encontra flores na Caatinga onde muitos dizem ver apenas um chão batido castigado pela seca.

Laerte é de uma percepção instantânea, desbravadora e alegre. Sua forma de ver, sentir e admirar o Vale do São Francisco é contagiante. Ele é a representação desse Vale, das cidades de Petrolina e Juazeiro.

São essas raízes apresentadas de forma lúdica, histórica e especial que fazem de Carlos Laerte um poeta por excelência. Uma pessoa muito especial.

Título: O Rio que Passa
Lançamento em Petrolina
Dia: 13/12 às 19 horas
Biblioteca Municipal Cid Carvalho

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O que faremos com os candidatos na eleição de 2008?

Longe de querer resolver todas as questões politiqueiras dos partidos e candidatos, o eleitor de hoje é uma das peças mais preciosas para os políticos de amanhã.
Mesmo querendo entender a política regional, em especial, de Petrolina, é muito complicado para o eleitor desenhar o cenário local.

Afinal, os presidentes de associações estão envolvidos até o pescoço com os seus candidatos de área. Nos guetos ou currais nos quais eles praticam sua política estão contabilizados os endereços, ruas e títulos de eleitores do “votantes”. De posse desse arsenal, os “representantes de rua” barganham com os candidatos a prefeito ou mesmo vereadores o volume de troca e venda das mercadorias. Tudo pelo poder.

Numa outra ponta, os possíveis candidatos a prefeito parecem costurar suas estratégias para manutenção do coelhismo em Petrolina. Gonzaga Patriota (PSB) que há quatro anos foi a rua, a TV, ao rádio (aliás, rádio é algo que ele domina muito bem)... dizer que seria a única e melhor opção para prefeito desta cidade. Diante dessa possibilidade, os Coelhos se armam, saem da toca e vão as ruas também para conquistar voto a voto do eleitor.

Hoje, Gonzaga Patriota, por baixo do pano, ou melhor, por baixo da mesa, está passando o bastão e a espada e deve sair de forma “honrosa” da disputa. Ainda sem conhecer o que verdadeiramente existe por baixo da mesa, $$$, o eleitor vai se deparar com uma eleição pontuada. Isabel Cristina levantando a bandeira do PT, pra não dizer que não se falou de flores, o sargento Quirino com um discurso oposicionista cambaleando e o então prefeito Odacy Amorim com larga retaguarda dos Coelhos os quais apenas postergam um momento vindouro.

Como as águas do rio não param... muita coisa ainda vem à tona para espanto do eleitor e da sociedade em geral. Por muito que se mexe... e mexe... alguma coisa não está cheirando muito bem. É bom o eleitor ficar atento.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O senado brasileiro representa o povo?

Anúnico Meio & Mensagem


Quando falamos de política brasileira, boa parte das pessoas quer justificar as mazelas estampadas e assumidas por personagens sem escrúpulos, culpando a colonização dos portugueses e roubalheiras da corte como elementos conseqüentes e marcantes da nossa história há mais de 500 anos.

Alguns querem compreender os políticos com suas ausências de dignidade e respeito ao cidadão explicando que ao chegar o poder, todos ficam fascinados pela grandiosidade da manipulação, falcatruas e negociatas escusas.

Verdadeiramente, "nunca antes na história desse país", parafraseando nosso ilustre presidente Lula, a sociedade brasileira viu, assistiu e “aplaudiu” um fato tão estapafúrdio, horripilante, absurdo de digerir como o caso Renangate. É necessário, pelo menos, de um estudo sociológico da formação de quadrilhas institucionalizadas e representativas dentro do Congresso Nacional.

Hoje, o Brasil acorda órfão. O Senado nacional matou pela segunda vez a democracia constituída neste país ao absorver Renan Calheiros de forma complacente, elegante e singular. Um homem sem honra, sem moral e cinicamente debochado. Desprovido de conduta ética, decência e dignidade. Renan é o exemplo nítido e notório da nossa representação política. É a configuração da institucionalização do processo de corrupção no Congresso Nacional.

Sabedor das armas bombásticas que tem em mãos e que ao ser negado a sua inocência pelos seus pares poderia apresentar o dossiê obscuro de todos os seus comparsas negociou sua saída com seus amiguinhos dando o silêncio como agradecimento pelos votos favoráveis a sua absolvição.

Aos eleitores alagoanos ele manda um aviso: “conto com vocês na próxima eleição”. Aos milhares de cidadãos pelos quais ele deve total satisfação ele ergue as mãos de forma cruzada simbolizando uma “banana senadorial”.

Para Renan, renunciar e ainda se dizer inocente depois de todo lamaçal exposto na mídia, no Ministério Público e na Justiça, há mais de seis meses, é no mínimo imaginar que todos os brasileiros que vivem fora da fedentina do Senado Nacional são burros e loucos.

O segundo enterro da democracia, hoje, é celebrado com temor e ardor. Afinal, com raríssimas e honrosas exceções a maioria dos senadores fechou os olhos para o eleitor, para sociedade e assinaram com conivência todas as falcatruas, roubalheiras, negociatas e maracutaias institucionalizadas de forma corporativa.

Diante do caos estabelecido no Congresso e a tamanha falta de respeito com o eleitor a mídia ficou atenta em muitos momentos. No entanto, na reta final, pouco se cobrou dos tais representantes políticos.

Resta saber agora, se verdadeiramente o Senado Nacional representa o povo?