Parece que virou mania brasileira a falta de valores estabelecidos a partir do quintal da nossa casa quando aprendemos que respeito, decência, moral e limites são fundamentais para nossa convivência em sociedade.
Ter no outro uma referência de atitude também era exemplo a ser, costumeiramente, compartilhados entre amigos e familiares. A idade, os cabelos brancos, a experiência tinham carimbos de credibilidade e por isso mesmo os que ainda não tinham chegado a esta fase, esperavam calmamente a oportunidade de chegar junto aos mais velhos para aprender e conhecer os caminhos das pedras.
Pai e mãe davam benção aos filhos visando estabelecer um laço de confiança, carinho, segurança e exaltação calorosa de uma vida em harmonia, silenciosa e tranqüila com resultados promissores. Os filhos tinham respeitos, reverencia paciência e amor para com os pais e a família em geral.
A dor de um era sempre compartilhada com os outros. O outro era parte fundamental da construção da estrutura societária. Valores e referencias familiares eram brasões perpetuados de geração em geração.
O resumo da ópera é simples: isso faz tanto tempo assim? Tempo ou não a mídia encurtou este espaço. Vomitou as mazelas em telenovelas, seriados e programas de humor que deixa qualquer adolescente/jovem atônicos e perdidos.
As referencias são as piores: filhos que mentem, roubam, respondem agressivamente aos pais e parentes... que não têm limites... que não gostam das pessoas, que agridem mesmo antes de ser tocados...
A novela, obra aberta e sujeita a muitas mudanças, vai desenhando uma sociedade perdida, sem rumo, desprovida de qualquer caráter, de conceitos elementares na construção de grupos e relacionamentos. Alguns dizem ser “ a realidade do país “, outros querem justificar o maniqueísmo como resultado da evolução do sujeito.
A representação dessa sociedade em série de forma humorada ou dramática é também a radiografia de uma sociedade que está dentro do processo evolutivo tecnológico (internet, TV Digital, blogs...) e perdida no emaranhado de opções.
Tão longo percebamos que estamos caminhando para o fundo do poço poderemos fazer a transformação necessária nos meios de comunicação, em especial a TV. Mudanças estas que contemplem a participação da sociedade na gerência dos conteúdos e no debate sobre as temáticas abordadas.
Assim sendo, a realidade apresentada nas telenovelas ou nos programas de show/humor possa ser cópia fiel do que verdadeiramente esta sociedade está vivenciando e apreendendo na construção de novas possibilidades de comunicação.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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