Os ingredientes para montagem de uma eleição variam de acordo com os interesses das lideranças em cada comunidade, bairro, município, cidade, estado. Juntos formam uma bandeira partidária, elege o partido que representa os ideais desses grupos e vão ao pleito. Ledo engano.
A tirar pelo número de partidos que se aglomeram neste país, 27 ao todo, PTB, PSB, PSDB, PR, PT e por aí vai... (melhor conferir no site do Tribunal Superior Eleitoral), nada ou quase nada é divulgado, na atual conjuntura, sobre suas bandeiras, ideologias (existem ideologias????) e plataformas partidárias.
Por que os partidos políticos não são mais importantes do que os candidatos? Por que as coligações e os projetos políticos são as bases para se montar uma campanha eleitoral? E por que a mídia (com raríssimas exceções) não faz o debate sobre esta temática?
A tirar pela mídia local, e aqui vai o exemplo de Petrolina e Juazeiro, não há pauta para este debate. E na militância partidária? Nem mesmo entre os dirigentes e filiados partidários este assunto vem à baila.
Não é de se espantar que a mídia local reproduza fielmente o que o rádio pautou o que fez gerar notícias na TV e depois estampou nos impressos e respingou nos blogs. Tudo montado para seguir uma seqüência. E ponto.
“Conjunto de forças e articulações”, “projeto político visando governar com o povo e para o povo”, “apoio partidário as forças de coligações em função de uma governabilidade”. Estes são os discursos, renovados a cada eleição, que os candidatos verbalizam diante da mídia local e a mesma veicula na integra sem questionamento ou quando o faz segue uma tendência (quase sempre explícita) de uma posição partidária.
Ou seja, a salada de partidos que aglutina num mesmo palanque PSB, PR, PPS, PT e até em casos extremos com integração entre o PT e o PSDB (Aracaju, por exemplo), nada ou quase nada deve significar para o eleitor. Pelo menos é isso que os candidatos querem passar....
O que se deduz é que a premissa da escolha do candidato não tem nada a ver com a sua bandeira ideológica partidária. O partido é apenas o meio pelo qual o individuo se apresenta no Tribunal Regional Eleitoral (TRE ) para legitimar sua candidatura.
E se as pessoas (candidatos) estão acima das legendas, segue o efeito trator de construção, sai da frente que lá vem gente com maior poder financeiro e/ou político. O amassador de asfalto vai picotar os partidos que atrapalham e colocar na salada os elementos que geram melhores resultados.
E a mídia, o que faz? Por enquanto olha o preparo da salada sem fazer alarde.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
Quando a mídia quer debater
Isso mesmo. Quando a mídia quer trazer o debate ao público ela faz de forma sábia.
Como este blog tem que ser justo com os nossos blogautas, não posso deixar de registrar e parabenizar o Jornal do Commercio que neste domingo, 29/06, trouxe o debate sobre a fragilidade dos partidos/legendas e os conflitos políticos, pra não dizer briga de foice, entre os candidatos que querem conquistar ou permanecer no PODER.
Como este blog tem que ser justo com os nossos blogautas, não posso deixar de registrar e parabenizar o Jornal do Commercio que neste domingo, 29/06, trouxe o debate sobre a fragilidade dos partidos/legendas e os conflitos políticos, pra não dizer briga de foice, entre os candidatos que querem conquistar ou permanecer no PODER.
São 2 matérias de Sérgio Montenegro Filho (smontenegro@jc.com.br) que coloquei na íntegra (veja abaixo) porque o blogauta pode não ter acesso ao conteudo do JC Online.
É um pouco longa, mas vale a pena conferir....
Eleições Municipais - Parte 1
Jornal do Commercio
Briga entre caciques e bases agita partidos
Publicado em 29.06.2008
Ao longo da pré-campanha, que antecedeu às convenções, atritos entre dirigentes e integrantes das bases de várias legendas marcaram as articulações das alianças e a montagem dos palanques
Sérgio Montenegro Filho
smontenegro@jc.com.br
Diferenciada pela rearrumação de forças, a pré-campanha deste ano teve a marca dos constantes atritos entre bases e cúpulas dos partidos. Não foram poucas as vezes em que decisões de dirigentes partidários contrariaram a vontade dos seus liderados, gerando divergências internas que, se não levaram ao racha, no mínimo provocaram uma lavagem de roupa suja em público. São confrontos que contribuem para agravar a já desgastada imagem das legendas.
Pesquisa realizada em junho – sob encomenda da Associação dos Magistrados do Brasil – aponta os partidos como as instituições com o maior índice de rejeição popular no País. Nada menos que 72% dos entrevistados declararam seu descrédito nas agremiações políticas.
O temor do desgaste, porém, parece ficar em segundo plano quando está em jogo a disputa pelo poder. Um dos maiores confrontos internos aconteceu num partido pequeno, o PV. O primeiro atrito começou entre o grupo que defendia uma aliança com Raul Henry (PMDB) – formado pelas bases – e o que preferia Raul Jungmann (PPS), na maioria composto por dirigentes.
Venceu a aliança com o pós-comunista que, no entanto, retirou seu nome da disputa, novamente dividindo o PV entre s palanque de Mendonça Filho (DEM) ou lançar candidatura própria.
A retirada de Jungmann foi outro episódio de embate interno. A direção do PPS vinha sendo pressionada por pré-candidatos a vereador, preocupados com a corrida em faixa própria. O deputado entendeu a situação, agravada pela falta de recursos para a campanha, e deixou a disputa. Sua saída gerou conflito no PPS, que subiu no palanque de Cadoca contra a vontade do presidente nacional, Roberto Freire, simpático à aliança com Raul Henry.
As pequenas legendas – geralmente dominadas por um só político – mostraram talento para o vaivém dos palanques. Uma das posturas mais polêmicas foi a do presidente estadual do PSDC, Luiz Vidal. Primeiro, ele defendeu, junto às bases a candidatura própria de Clóvis Corrêa. Depois, usando as mesmas bases como argumento, rifou Corrêa, que deixou a legenda, e negociou apoio a Raul Henry, sem descartar a opção por Mendonça Filho. No final, levou a sigla para João da Costa (PT). Episódio parecido aconteceu no PTC, do deputado estadual Eriberto Medeiros.
Praticamente fechado com Cadoca, ele surpreendeu ao anunciar apoio a João da Costa. Dois dias depois, recuou e voltou para os braços do PSC.
Mas não são apenas os partidos menores que vivem às turras. Um dos maiores do País, famoso pelas brigas internas, o PT manteve a tradição. No final do ano passado, a sigla viveu um clima tenso com a saída do deputado Paulo Rubem Santiago. Postulante à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, ele foi preterido em favor de André Campos. Rubem filiou-se ao PDT, mas corre o risco de perder o mandato e ficar inelegível, graças ao recurso impetrado pela direção nacional petista na Justiça Eleitoral para reaver a sua vaga na Câmara Federal.
Outro partido da lista dos maiores, o PTB, também viveu seus sobressaltos. Colocado na disputa pela Prefeitura de Olinda, o ex-vice-prefeito Arlindo Siqueira reagiu à decisão da direção estadual de apoiar Renildo Calheiros (PCdoB) e realizou, à revelia, a convenção para homologar sua candidatura, que não contará com o respaldo do deputado Armando Monteiro Neto, presidente do partido.
Briga entre caciques e bases agita partidos
Publicado em 29.06.2008
Ao longo da pré-campanha, que antecedeu às convenções, atritos entre dirigentes e integrantes das bases de várias legendas marcaram as articulações das alianças e a montagem dos palanques
Sérgio Montenegro Filho
smontenegro@jc.com.br
Diferenciada pela rearrumação de forças, a pré-campanha deste ano teve a marca dos constantes atritos entre bases e cúpulas dos partidos. Não foram poucas as vezes em que decisões de dirigentes partidários contrariaram a vontade dos seus liderados, gerando divergências internas que, se não levaram ao racha, no mínimo provocaram uma lavagem de roupa suja em público. São confrontos que contribuem para agravar a já desgastada imagem das legendas.
Pesquisa realizada em junho – sob encomenda da Associação dos Magistrados do Brasil – aponta os partidos como as instituições com o maior índice de rejeição popular no País. Nada menos que 72% dos entrevistados declararam seu descrédito nas agremiações políticas.
O temor do desgaste, porém, parece ficar em segundo plano quando está em jogo a disputa pelo poder. Um dos maiores confrontos internos aconteceu num partido pequeno, o PV. O primeiro atrito começou entre o grupo que defendia uma aliança com Raul Henry (PMDB) – formado pelas bases – e o que preferia Raul Jungmann (PPS), na maioria composto por dirigentes.
Venceu a aliança com o pós-comunista que, no entanto, retirou seu nome da disputa, novamente dividindo o PV entre s palanque de Mendonça Filho (DEM) ou lançar candidatura própria.
A retirada de Jungmann foi outro episódio de embate interno. A direção do PPS vinha sendo pressionada por pré-candidatos a vereador, preocupados com a corrida em faixa própria. O deputado entendeu a situação, agravada pela falta de recursos para a campanha, e deixou a disputa. Sua saída gerou conflito no PPS, que subiu no palanque de Cadoca contra a vontade do presidente nacional, Roberto Freire, simpático à aliança com Raul Henry.
As pequenas legendas – geralmente dominadas por um só político – mostraram talento para o vaivém dos palanques. Uma das posturas mais polêmicas foi a do presidente estadual do PSDC, Luiz Vidal. Primeiro, ele defendeu, junto às bases a candidatura própria de Clóvis Corrêa. Depois, usando as mesmas bases como argumento, rifou Corrêa, que deixou a legenda, e negociou apoio a Raul Henry, sem descartar a opção por Mendonça Filho. No final, levou a sigla para João da Costa (PT). Episódio parecido aconteceu no PTC, do deputado estadual Eriberto Medeiros.
Praticamente fechado com Cadoca, ele surpreendeu ao anunciar apoio a João da Costa. Dois dias depois, recuou e voltou para os braços do PSC.
Mas não são apenas os partidos menores que vivem às turras. Um dos maiores do País, famoso pelas brigas internas, o PT manteve a tradição. No final do ano passado, a sigla viveu um clima tenso com a saída do deputado Paulo Rubem Santiago. Postulante à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, ele foi preterido em favor de André Campos. Rubem filiou-se ao PDT, mas corre o risco de perder o mandato e ficar inelegível, graças ao recurso impetrado pela direção nacional petista na Justiça Eleitoral para reaver a sua vaga na Câmara Federal.
Outro partido da lista dos maiores, o PTB, também viveu seus sobressaltos. Colocado na disputa pela Prefeitura de Olinda, o ex-vice-prefeito Arlindo Siqueira reagiu à decisão da direção estadual de apoiar Renildo Calheiros (PCdoB) e realizou, à revelia, a convenção para homologar sua candidatura, que não contará com o respaldo do deputado Armando Monteiro Neto, presidente do partido.
Eleições Municipais - Parte 2
Partidos fragilizados pela “fulanização”
Ausência de ideologia, disputas internas e colocação das lideranças acima das instâncias partidárias são responsáveis, de acordo com alguns especialistas, pela descaracterização das legendas no País
As brigas vivenciadas pelos partidos é mais um sinal da descaracterização dessas instituições no Brasil. Essa é a análise feita por especialistas, que vêem as disputas internas e a predominância da opinião da cúpula sobre a das bases como um indicativo da “fulanização” das ações. Segundo eles, a idéia de partido como um agrupamento baseado em ideologias e programas há muito foi substituída pela personificação.
“Hoje, os partidos são inferiores aos seus líderes. Como se pode falar em democracia se os filiados são mais importantes que as próprias instâncias representativas?”, questiona o cientista político Hely Ferreira, conselheiro do Núcleo de Estudos Eleitorais e Partidários da UFPE. Segundo ele, essa inversão de papéis gera uma crise ideológica e programática. “Retira-se dos partidos o caráter institucional e passa-se a usá-los para beneficiar lideranças pessoais. Isso gera um poder que permite que as decisões sejam tomadas de cima para baixo, com a cúpula decidindo sem ouvir as bases”, explica.
O professor estende sua crítica a todos os partidos, inclusive o PT, conhecido por ouvir todos os setores antes de tomar qualquer decisão. “O PT faz isso de forma teatral. Faz reuniões, ouve todo mundo, mas o que prevalece é a opinião dos líderes, e a base acata”, afirma.
Fundador do antigo MDB, o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra corrobora a opinião de Ferreira, e vai além, ao defender que, no Brasil, jamais existiram partidos autênticos. Segundo Lyra, partidos têm que ser fruto de ideologias e programas, e o que ele vê no País são meros “ajuntamentos” decorrentes de uma determinada época ou de vivências políticas. “Os partidos não têm sintonia com a realidade. Por isso não conseguem unidade. Ora a base desmoraliza a cúpula, ora a cúpula ignora as bases”, analisa.
Lyra cita como exemplo a crise gerada pelo PT de Belo Horizonte ao buscar aliança com o PSDB, desprezando o fato de ser o principal partido de oposição ao governo Lula. Cita, ainda, o apoio do governador tucano José Serra à candidatura de Gilberto Kassab (DEM) à Prefeitura de São Paulo, contrariando a orientação do PSDB, que lançou Geraldo Alckmin.
Mas um dos melhores exemplos de falta de sintonia interna, segundo Lyra, está no PTB, que integra a base de Lula e tem como presidente o ex-deputado Roberto Jefferson, duro crítico do governo e autor das denúncias sobre o mensalão, que abalaram o primeiro mandato petista.(S.M.F.)
Ausência de ideologia, disputas internas e colocação das lideranças acima das instâncias partidárias são responsáveis, de acordo com alguns especialistas, pela descaracterização das legendas no País
As brigas vivenciadas pelos partidos é mais um sinal da descaracterização dessas instituições no Brasil. Essa é a análise feita por especialistas, que vêem as disputas internas e a predominância da opinião da cúpula sobre a das bases como um indicativo da “fulanização” das ações. Segundo eles, a idéia de partido como um agrupamento baseado em ideologias e programas há muito foi substituída pela personificação.
“Hoje, os partidos são inferiores aos seus líderes. Como se pode falar em democracia se os filiados são mais importantes que as próprias instâncias representativas?”, questiona o cientista político Hely Ferreira, conselheiro do Núcleo de Estudos Eleitorais e Partidários da UFPE. Segundo ele, essa inversão de papéis gera uma crise ideológica e programática. “Retira-se dos partidos o caráter institucional e passa-se a usá-los para beneficiar lideranças pessoais. Isso gera um poder que permite que as decisões sejam tomadas de cima para baixo, com a cúpula decidindo sem ouvir as bases”, explica.
O professor estende sua crítica a todos os partidos, inclusive o PT, conhecido por ouvir todos os setores antes de tomar qualquer decisão. “O PT faz isso de forma teatral. Faz reuniões, ouve todo mundo, mas o que prevalece é a opinião dos líderes, e a base acata”, afirma.
Fundador do antigo MDB, o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra corrobora a opinião de Ferreira, e vai além, ao defender que, no Brasil, jamais existiram partidos autênticos. Segundo Lyra, partidos têm que ser fruto de ideologias e programas, e o que ele vê no País são meros “ajuntamentos” decorrentes de uma determinada época ou de vivências políticas. “Os partidos não têm sintonia com a realidade. Por isso não conseguem unidade. Ora a base desmoraliza a cúpula, ora a cúpula ignora as bases”, analisa.
Lyra cita como exemplo a crise gerada pelo PT de Belo Horizonte ao buscar aliança com o PSDB, desprezando o fato de ser o principal partido de oposição ao governo Lula. Cita, ainda, o apoio do governador tucano José Serra à candidatura de Gilberto Kassab (DEM) à Prefeitura de São Paulo, contrariando a orientação do PSDB, que lançou Geraldo Alckmin.
Mas um dos melhores exemplos de falta de sintonia interna, segundo Lyra, está no PTB, que integra a base de Lula e tem como presidente o ex-deputado Roberto Jefferson, duro crítico do governo e autor das denúncias sobre o mensalão, que abalaram o primeiro mandato petista.(S.M.F.)
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Patriota venceu. O que fazer com a mídia local?
Faz tempo que corre nas bocas miúdas dos corredores palacianos no Recife a história de uma pesquisa feita em Petrolina onde Gonzaga Patriota (PSB) estava na cabeça dos eleitores e com todas as possibilidades de ganhar a eleição municipal.
O silencio da não divulgação da pesquisa parece ter gerado um efeito contrário a Odacy Amorim. Para quem tinha tudo nas mãos, Amorim dormiu do sábado (21/6) para o domingo quase vitorioso e acordou hoje, segunda, derrotado.
Mesmo não entendendo as entrelinhas de uma convenção partidária o eleitor, talvez, desavisado pode ter imaginado que a campanha começava neste domingo, tamanho era o número de carros, ônibus e trio elétrico que tomaram conta das ruas para saldar um ou outro pré-candidato ao páreo eleitoral.
Depois da vitória nada esmagadora de Patriota, apenas 19 votos dos 645 apurados, tendo ainda 24 abstenções e 1 voto nulo, a perda significante dos Coelhos seja de que ala for, de Fernando Bezerra ou Oswaldo, o posicionamento do PT frente ao processo e o ajuntamento dos demais candidatos para unir forças contra o “trator Gonzaga”, restam o questionamento explicito e implícito da mídia local sobre a cobertura dessa eleição.
Considerando o número de veículos, em especial de rádios, ligados e associados a grupos políticos, a pergunta que não quer calar é qual o tipo de tratamento a mídia local dará a esta campanha?
Ressaltam-se também os vínculos relacionais dos então candidatos à máquina comunicacional hoje, especificamente, aos blogs, sites de relacionamentos como Orkut e o rádio na web.
Como Petrolina é celeiro de jogadas políticas-economicas, enviar noticia daqui para o Recife ou mesmo Brasília virou um negócio e tanto para os catadores de efeitos espetaculares. E tem também as cidades próximas que vão a reboque desse processo como Afrânio e Dormentes, para citar apenas duas.
Cada espaço midiativo é disputado a teclado, microfone e e-mails. Resta saber até onde a mídia sensacionalista de plantão vai cobrir os fatos como realmente eles são.
Isto porque diante desse “quadro clínico” em quem é mesmo que o eleitor, ouvinte, internauta, blogueiro, telespectador vai acreditar?
O silencio da não divulgação da pesquisa parece ter gerado um efeito contrário a Odacy Amorim. Para quem tinha tudo nas mãos, Amorim dormiu do sábado (21/6) para o domingo quase vitorioso e acordou hoje, segunda, derrotado.
Mesmo não entendendo as entrelinhas de uma convenção partidária o eleitor, talvez, desavisado pode ter imaginado que a campanha começava neste domingo, tamanho era o número de carros, ônibus e trio elétrico que tomaram conta das ruas para saldar um ou outro pré-candidato ao páreo eleitoral.
Depois da vitória nada esmagadora de Patriota, apenas 19 votos dos 645 apurados, tendo ainda 24 abstenções e 1 voto nulo, a perda significante dos Coelhos seja de que ala for, de Fernando Bezerra ou Oswaldo, o posicionamento do PT frente ao processo e o ajuntamento dos demais candidatos para unir forças contra o “trator Gonzaga”, restam o questionamento explicito e implícito da mídia local sobre a cobertura dessa eleição.
Considerando o número de veículos, em especial de rádios, ligados e associados a grupos políticos, a pergunta que não quer calar é qual o tipo de tratamento a mídia local dará a esta campanha?
Ressaltam-se também os vínculos relacionais dos então candidatos à máquina comunicacional hoje, especificamente, aos blogs, sites de relacionamentos como Orkut e o rádio na web.
Como Petrolina é celeiro de jogadas políticas-economicas, enviar noticia daqui para o Recife ou mesmo Brasília virou um negócio e tanto para os catadores de efeitos espetaculares. E tem também as cidades próximas que vão a reboque desse processo como Afrânio e Dormentes, para citar apenas duas.
Cada espaço midiativo é disputado a teclado, microfone e e-mails. Resta saber até onde a mídia sensacionalista de plantão vai cobrir os fatos como realmente eles são.
Isto porque diante desse “quadro clínico” em quem é mesmo que o eleitor, ouvinte, internauta, blogueiro, telespectador vai acreditar?
sábado, 21 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Político com “ficha suja” na justiça quer ser candidato?
A moralidade política neste país está longe de acontecer. A derrota da proposta (dia 10/06) do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, que tentou barrar a concessão de registro a candidatos a cargos eletivos que estão respondendo a processo na justiça consolida um estado de “emergência eleitoral”.
A “ficha suja” dos postulantes a campanha eleitoral não é relevante quando o assunto é eleição. Parece claro que pouco ou quase nada se pode fazer neste país quando o assunto é impunidade.
A maioria do TSE (4x3) compreendeu que ladrão só pode ser considerado um profissional do crime quando o fato for consumado e o objeto é cabalmente provado que foi levado pelo individuo.
Considerando as poucas e honrosas exceções políticas que representam verdadeiramente o povo (quem são mesmos eles???) é no mínimo um descuido significante do ponto de vista eleitoral permitir que estes postulantes aos cargos públicos assumam suas funções pós-eleições.
Isto quer dizer que muitas pessoas sob suspeição poderão assumir mandatos nas câmaras municipais e nas prefeituras e consequentemente escapem da Justiça comum.
Entendendo melhor o contexto, um país que vivencia em metros quadrados mais escândalos políticos do que alimento posto em mesa é ironicamente trágico deixar que estes usurpadores de cargos públicos assumam estas funções e distribuam logisticamente suas quadrilhas operantes para receber as benesses do poder.
Esquema de desvio de recursos públicos, quadrilha armada, crime organizado, falcatruas e impunidade fazem parte do repertório da maioria dos políticos em nível nacional, estadual e municipal. As exceções à corrupção são tão poucas que os holofotes da mídia não conseguem alcançar.
O discurso de que o candidato que está a frente da coisa publica deve ter um passado obrigatoriamente ilibado parece fazer parte de uma fantasia marketeira onde o que se diz não se repete e o que se fez não tem a menor importância diante da grandiosidade que se torna a campanha eleitoral.
Mesmo não atendendo todos os anseios da população a mídia entra neste processo como instrumento catalisador e divulgador das informações (publicas) dos então candidatos.
A mídia local, regional, estadual e nacional tem que ser pautada no sentido de divulgar os nomes e partidos dos políticos que estejam respondendo processo na justiça e/ou são candidatos a cargos públicos.
Cabe a mídia o papel de instigar o debate. Cabe a sociedade fiscalizar os candidatos.
A “ficha suja” dos postulantes a campanha eleitoral não é relevante quando o assunto é eleição. Parece claro que pouco ou quase nada se pode fazer neste país quando o assunto é impunidade.
A maioria do TSE (4x3) compreendeu que ladrão só pode ser considerado um profissional do crime quando o fato for consumado e o objeto é cabalmente provado que foi levado pelo individuo.
Considerando as poucas e honrosas exceções políticas que representam verdadeiramente o povo (quem são mesmos eles???) é no mínimo um descuido significante do ponto de vista eleitoral permitir que estes postulantes aos cargos públicos assumam suas funções pós-eleições.
Isto quer dizer que muitas pessoas sob suspeição poderão assumir mandatos nas câmaras municipais e nas prefeituras e consequentemente escapem da Justiça comum.
Entendendo melhor o contexto, um país que vivencia em metros quadrados mais escândalos políticos do que alimento posto em mesa é ironicamente trágico deixar que estes usurpadores de cargos públicos assumam estas funções e distribuam logisticamente suas quadrilhas operantes para receber as benesses do poder.
Esquema de desvio de recursos públicos, quadrilha armada, crime organizado, falcatruas e impunidade fazem parte do repertório da maioria dos políticos em nível nacional, estadual e municipal. As exceções à corrupção são tão poucas que os holofotes da mídia não conseguem alcançar.
O discurso de que o candidato que está a frente da coisa publica deve ter um passado obrigatoriamente ilibado parece fazer parte de uma fantasia marketeira onde o que se diz não se repete e o que se fez não tem a menor importância diante da grandiosidade que se torna a campanha eleitoral.
Mesmo não atendendo todos os anseios da população a mídia entra neste processo como instrumento catalisador e divulgador das informações (publicas) dos então candidatos.
A mídia local, regional, estadual e nacional tem que ser pautada no sentido de divulgar os nomes e partidos dos políticos que estejam respondendo processo na justiça e/ou são candidatos a cargos públicos.
Cabe a mídia o papel de instigar o debate. Cabe a sociedade fiscalizar os candidatos.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Os políticos colocam a mídia onde querem
Sem o debate sobre as funções e atribuições dos políticos, sejam eles em cargos majoritários ou nas outras instancias publicas, a mídia continua reproduzindo o dever de casa dos candidatos que postulam o poder.
O rádio, meio de comunicação mais conhecido e de melhor penetração nos lares interiorano desse país a fora, permanece, de uma certa forma, propagando a plataforma eleitoreira dos candidatos ao invés de exercitar o debate sobre as ações parlamentares.
Diante do não esclarecimento da real função e competência dos postulantes aos cargos, a sociedade, o eleitor entra na ciranda do disse-me-disse, promessas que nunca são executadas e discursos evasivos.
Voltando a questão já pontuada neste blog sobre o uso do veículo rádio como instrumento para campanha política, percebe-se neste período que antecede a data da liberação da propaganda eleitoral (6 de julho) que os então candidatos assumem a bancada dos rádios para “vomitar” suas propostas eleitoreiras.
Ou quando não, simplesmente compram espaços publicitários para veicular suas mensagens alusivas à prática política visando justificar a sociedade sua atuação parlamentar.
Ressalta-se ainda, que boa parte desse discurso tem a ver com a permissão explicita de muitos comunicadores que tratam a informação de forma espetacular e faz desse “projeto comunicacional” uma estratégia de audiência.
O desespero pela corrida do ouro, entenda-se como cargo público, faz dos possíveis candidatos um “atleta às avessas”, visando o pódio eleitoral como único propósito a despeito de passar por cima seja de quem quer que for ou quem esteja em sua frente.
Nesse percurso olímpico, a mídia é atropelada de forma avassaladora, e a disputa pelo espaço no ar ou em blogs ou em jornais tipicamente comprometidos com algumas dessas forças lembra uma maratona de porte atlético onde os corredores mais preparados do ponto de vista da retórica enganadora chegarão ao pódio sem muitos esforços. Apenas no blá-blá-blá.
Longe de querer colocar a mídia numa posição de inocente diante desse evento, entende-se que a mesma imprensa que em alguns momentos da história política brasileira foi instrumento de defesa da sociedade, hoje, em alguns dos veículos, passa a ser usada como marketing eleitoreiro em prol de algumas concessões políticas legitimadas pelas normas que regem a Comunicação Social neste país.
Esta reflexão poderá, posteriormente, servir para que possamos repensar, verdadeiramente, que papel a mídia vem assumindo diante da apatia política da nossa sociedade.
Afinal, que sociedade é esta que estamos construindo?
O rádio, meio de comunicação mais conhecido e de melhor penetração nos lares interiorano desse país a fora, permanece, de uma certa forma, propagando a plataforma eleitoreira dos candidatos ao invés de exercitar o debate sobre as ações parlamentares.
Diante do não esclarecimento da real função e competência dos postulantes aos cargos, a sociedade, o eleitor entra na ciranda do disse-me-disse, promessas que nunca são executadas e discursos evasivos.
Voltando a questão já pontuada neste blog sobre o uso do veículo rádio como instrumento para campanha política, percebe-se neste período que antecede a data da liberação da propaganda eleitoral (6 de julho) que os então candidatos assumem a bancada dos rádios para “vomitar” suas propostas eleitoreiras.
Ou quando não, simplesmente compram espaços publicitários para veicular suas mensagens alusivas à prática política visando justificar a sociedade sua atuação parlamentar.
Ressalta-se ainda, que boa parte desse discurso tem a ver com a permissão explicita de muitos comunicadores que tratam a informação de forma espetacular e faz desse “projeto comunicacional” uma estratégia de audiência.
O desespero pela corrida do ouro, entenda-se como cargo público, faz dos possíveis candidatos um “atleta às avessas”, visando o pódio eleitoral como único propósito a despeito de passar por cima seja de quem quer que for ou quem esteja em sua frente.
Nesse percurso olímpico, a mídia é atropelada de forma avassaladora, e a disputa pelo espaço no ar ou em blogs ou em jornais tipicamente comprometidos com algumas dessas forças lembra uma maratona de porte atlético onde os corredores mais preparados do ponto de vista da retórica enganadora chegarão ao pódio sem muitos esforços. Apenas no blá-blá-blá.
Longe de querer colocar a mídia numa posição de inocente diante desse evento, entende-se que a mesma imprensa que em alguns momentos da história política brasileira foi instrumento de defesa da sociedade, hoje, em alguns dos veículos, passa a ser usada como marketing eleitoreiro em prol de algumas concessões políticas legitimadas pelas normas que regem a Comunicação Social neste país.
Esta reflexão poderá, posteriormente, servir para que possamos repensar, verdadeiramente, que papel a mídia vem assumindo diante da apatia política da nossa sociedade.
Afinal, que sociedade é esta que estamos construindo?
segunda-feira, 9 de junho de 2008
A mídia usada para atender interesses políticos
Longe de querer posar de bom moço a mídia é antes de tudo um espaço para o exercício da democracia e legitimada pela Constituição como fiadora dos processos comunicações. E dessa forma, em hipótese alguma, deveria ser usada como instrumento de interesses políticos eleitoreiro.
O que vemos e ouvimos em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) é o uso e o abuso dos veículos de comunicação, sobretudo, o rádio para veicularem plataformas eleitoreiras de possíveis pré-candidatos, sejam eles ao cargo majoritário, a prefeito da cidade, ou a vereança.
É de se espantar o número de exposição dos postulantes aos cargos nos veículos de comunicação. Muitos usam programametes, entrevistas, compra de espaços comerciais e outras formas de estar permanentemente em evidência.
Não há cuidados, por parte dos veículos, e muito menos melindreis no texto, ou melhor, textualmente os então pré-candidatos a prefeito, por exemplo, usam e abusam dos veículos como marketing eleitoral diante de alguns fatos noticiosos e alardeado de forma espetacular por alguns comunicadores de carteirinha sensacionalista e aproveitam o contexto para defender a “sua postura coerente” em prol dos interesses popular.
A despeito do canal de comunicação a mídia, na atual conjuntura, é o melhor instrumento da democracia para fazer valer a vontade da sociedade. Com sua função esclarecedora, noticiosa, informante e reflexiva alimenta mudanças significativas na estrutura societária.
Diante da ausência de credibilidade dos atuais representantes políticos em nível municipal, estadual e nacional, resta entender que rumos terão nossa política local considerando que essas representações, até então, podem não ser as melhores opções.
Assim, na medida em que a mídia deixa de exercitar o debate político em torno das reais funções cabíveis a cada um dos postulantes ao cargo, perde a sociedade por não estar esclarecida sobre essas funções e consequentemente o eleitor deixa de formar uma consciência critica sobre os candidatos.
O resultado: um voto impensado e políticos eleitos sem compromissos com a sociedade.
O que vemos e ouvimos em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) é o uso e o abuso dos veículos de comunicação, sobretudo, o rádio para veicularem plataformas eleitoreiras de possíveis pré-candidatos, sejam eles ao cargo majoritário, a prefeito da cidade, ou a vereança.
É de se espantar o número de exposição dos postulantes aos cargos nos veículos de comunicação. Muitos usam programametes, entrevistas, compra de espaços comerciais e outras formas de estar permanentemente em evidência.
Não há cuidados, por parte dos veículos, e muito menos melindreis no texto, ou melhor, textualmente os então pré-candidatos a prefeito, por exemplo, usam e abusam dos veículos como marketing eleitoral diante de alguns fatos noticiosos e alardeado de forma espetacular por alguns comunicadores de carteirinha sensacionalista e aproveitam o contexto para defender a “sua postura coerente” em prol dos interesses popular.
A despeito do canal de comunicação a mídia, na atual conjuntura, é o melhor instrumento da democracia para fazer valer a vontade da sociedade. Com sua função esclarecedora, noticiosa, informante e reflexiva alimenta mudanças significativas na estrutura societária.
Diante da ausência de credibilidade dos atuais representantes políticos em nível municipal, estadual e nacional, resta entender que rumos terão nossa política local considerando que essas representações, até então, podem não ser as melhores opções.
Assim, na medida em que a mídia deixa de exercitar o debate político em torno das reais funções cabíveis a cada um dos postulantes ao cargo, perde a sociedade por não estar esclarecida sobre essas funções e consequentemente o eleitor deixa de formar uma consciência critica sobre os candidatos.
O resultado: um voto impensado e políticos eleitos sem compromissos com a sociedade.
domingo, 8 de junho de 2008
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Paulinho da Força já foi do povo
Foto: José Cruz Abr
Armação, perseguição política, mídia golpista e tantas outras definições são os argumentos apresentados pelos políticos que estão envolvidos em fraudes, desvio de dinheiro público ou negociatas em beneficio próprio ou de companheiros de longas datas.
O mais assustador disso tudo é novamente, nós brasileiros, eleitores, depararmos com quase nenhuma possibilidade de escolha entre os atuais candidatos ou os que pregam ser “a nova alternativa”.
Quem antes dividia um discurso entre o combate a corrupção e transformação da sociedade como é o caso do deputado, sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), hoje está numa outra plataforma. Encrencado até o pescoço com envolvimento em fraudes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulinho nega tudo e ainda diz que está sendo vitima de perseguições.
Os lados são trocados. Diante do envolvimento do sindicalista nessa falcatrua, o atual baluarte da verdade, o deputado Inocêncio Oliveira prega a ética e decência e espalha o seu discurso na mídia como quem está horrorizado com tudo isso que está acontecendo. Diz ainda que, diante da gravidade das denúncias, o melhor caminho é o conselho de ética. Essa retórica é de Inocêncio Oliveira.... é espantoso.
Perdermos nossas referências políticas e o discurso saiu de uma boca para outra. De onde jamais os brasileiros poderiam imaginar que sairia. A direita virou esquerda e a esquerda assumiu o poder e se perdeu no caminho. Realmente perdemos nosso inimigo comum. Afinal, contra quem mesmo estamos combatendo?
Estamos sem referencias sindicais, associativas, ONGs... os movimentos sindicais estão calados, fechados. Quem são os nossos representantes?
Esse debate tem que ser provocado nas academias, nas associações e na imprensa para que possamos transformar este cenário mórbido de políticos corruptos em uma outra realidade brasileira.
Merecemos essa mudança.
O mais assustador disso tudo é novamente, nós brasileiros, eleitores, depararmos com quase nenhuma possibilidade de escolha entre os atuais candidatos ou os que pregam ser “a nova alternativa”.
Quem antes dividia um discurso entre o combate a corrupção e transformação da sociedade como é o caso do deputado, sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), hoje está numa outra plataforma. Encrencado até o pescoço com envolvimento em fraudes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulinho nega tudo e ainda diz que está sendo vitima de perseguições.
Os lados são trocados. Diante do envolvimento do sindicalista nessa falcatrua, o atual baluarte da verdade, o deputado Inocêncio Oliveira prega a ética e decência e espalha o seu discurso na mídia como quem está horrorizado com tudo isso que está acontecendo. Diz ainda que, diante da gravidade das denúncias, o melhor caminho é o conselho de ética. Essa retórica é de Inocêncio Oliveira.... é espantoso.
Perdermos nossas referências políticas e o discurso saiu de uma boca para outra. De onde jamais os brasileiros poderiam imaginar que sairia. A direita virou esquerda e a esquerda assumiu o poder e se perdeu no caminho. Realmente perdemos nosso inimigo comum. Afinal, contra quem mesmo estamos combatendo?
Estamos sem referencias sindicais, associativas, ONGs... os movimentos sindicais estão calados, fechados. Quem são os nossos representantes?
Esse debate tem que ser provocado nas academias, nas associações e na imprensa para que possamos transformar este cenário mórbido de políticos corruptos em uma outra realidade brasileira.
Merecemos essa mudança.
terça-feira, 3 de junho de 2008
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