RELÓGIO DE PONTO
Alberto da Cunha Melo
Tudo que levamos a sério
torna-se amargo.
Assim os jogos, a poesia, todos os pássaros,
mais do que tudo: todo o amor.
De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra,
e atravessaremos os córregos cheios de areia, após as chuvas.
Se alguma súbita alegriare tardar o nosso regresso,
um inesperado companheiro marcará o nosso cartão.
Tudo que levamos a sério torna-se amargo.
Assim as faixas da vitória, a própria vitória,
mais do que tudo: o próprio Céu.
De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra,
e lavaremos as pupilascegas com o verniz das estrelas.
domingo, 25 de janeiro de 2009
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