Reportando ao final do século XVIII, no contexto da Revolução Francesa, a propagada “esquerda” e “direita” eram apenas cadeiras na Assembléia Nacional onde os mais radicais, contra o estado superior, se sentavam de um lado (esquerdo) e os que mantinham uma posição a favor do governo ficavam do outro lado (direito).
O ato se tornou conceito ideológico para as correntes socialista (esquerda) e conservadora (direta) e foi alimentado como criança até se tornar adulto/ancião.
Trazendo para os nossos políticos atuais, o discurso ainda leva para o viés de “pegar uma cadeira”.
Afinal, o exercício de se manter, estar no poder, acomoda as coisas em determinados lugares que saem do eixo ideológico e caem na caixa do fisiologismo, corporativismo, ajuntamento e safadeza mesmo.
Vamos aos exemplos? O senador José Sarney (PMDB-AP) foi considerado da direita toda sua vida política, com perfil coronelista e participou de todas as gestões ante e democráticas nesse país.
Agora a frente do Senado (pela 3ª vez) continua com um discurso de consenso e transparência. Opa! Transparência no Senado? Este é o único lugar no Brasil onde não existe esta palavra e nem o significado. Mas ele diz ser um homem de centro.
Fernando Collor (PTB-AL), enxotado de Brasília e da vida política há 17 anos, foi voltando de pouquinho e hoje esta na presidência da comissão de infra-estrutura do Senado (não é da República, mas não deixa de ser uma presidência).
Articulado, mas seguro com as palavras, Collor não perde sua postura imponente de palanque político. Sua passagem histórica em Brasília e a forma como assumiu (e perdeu depois) o poder em 1989 deixou uma marca nacional em termos de estratégia eleitoral a ponto de dividir o marketing político antes e depois dele.
O ex-defunto, ressuscitadíssimo, teve o apoio do poderoso chefão do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Outro que abalou a República, colocou o Senado na lama (e parece que ainda continua lá...) e mexeu com toda estrutura democrática do país e ainda assim tem um poder de fogo que nem os míssies do Hamas lá na Palestina podem ser comparados.
Ainda existem esquerda e direita nesse país? Aguarde a parte 2.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Existem esquerda e direita no Brasil? Parte 1
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Bom
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