quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A TV que faz o que quer e bem entende

Quem fiscaliza a TV? Por que uma novela de 21horas, cujo horário tem uma classificação especifica, volta a ser repetida à tarde quando boa parte das crianças e adolescentes de todas as idades está em frente à TV?

Prova que não existe mesmo limite nessa questão de classificação de horário. O exemplo, hoje, é a volta da novela de Manoel Carlos, Mulheres Apaixonadas, da TV Globo, dirigida por Ricardo Waddington, veiculada pela primeira vem em 2003.

Escrita para um público adulto, o folhetim traz um enredo complexo, narrações reflexivas, temáticas violentas com ataques físicos e morais entre marido e mulher, ciúmes além dos limites, traições entre casais e, o que não poderiam faltar, cenas de sexos quase explícitos entre os personagens Luciana (Camila Pitanga), estudante de medicina e o médico César (Jose Mayer).

Mais uma vez, a sociedade se curva diante do poder da Vênus Prateada e nada reclama e questiona.

Afinal, se considerarmos que a novela é para os brasileiros a mesma representação que o cinema tem para os americanos, entenderemos que esta obra (aberta) é um canal indutor de conceitos, formas e modo de ser de uma sociedade.

Quando deixamos nossas crianças e adolescentes assistirem este tipo de novela, permitimos que elas vivenciem determinadas situações que podem ser postergadas do universo infanto-juvenil. Se não questionamos, concordamos com isso.

Temáticas que podem ser vistas em outro momento de maturidade. Absorver e refletir sobre essas questões faz parte da construção de uma estrutura societária, sem dúvida. Mas, pra que antecipar esse processo? Para esse público (infanto-juvenil) essas informações são desnecessárias nesse primeiro momento.

Ao se veicular o folhetim no horário das 21 horas, pai e mãe têm a opção de recomendar para seus filhos menores de 12 anos a não assistirem tais programações. Contudo, na medida em que esta programação é apresentada às 15 horas, deixa de ser “algo demais” para ser “algo comum” e, consequentemente aceita como ‘natural’. Afinal, é uma programação liberada para ser veiculada às três horas da tarde!(?)

Hoje, estamos consolidando mais uma vez a morte de uma nova sociedade que vai emergir a partir dessas crianças que apreendem conceitos, regras, normas e modo de ver a vida através da maior janela de comunicação: a televisão.

Dentro dela a construção de novelas que em sua maioria emburrecem, engessam e transformam seres humanos em meros espectadores de uma vida sem sentido, ilusória e imaginária. Algo que no cotidiano de muitas pessoas singulares está totalmente fora do contexto.

Repugnante também são as atitudes dos que deixam que isso passe desapercebidamente. Muitos pais estão pedindo socorro e a sociedade de amanhã vai agradecer por isso.

5 comentários:

  1. Teca,
    o caminho é este. Protestar. Questionar. Lutar pra não alienado por esta "dona do poder".

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  2. Parece que todo mundo tem raiva da Globo... nao sei a razão... mas tem criança que sabe mais coisa do que a gente adulto...

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  3. Essa Fernanda não tem filhos... porque se tivesse não pensava assim...A imgem transforma as pessoas e as coisas... oi to enganada??
    Aquei no Rio sem bem disso...

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  4. Entrei agora já tinha visto esse texto e vejo que ainda incomoda...que bom Teresa... acho que jornalismo é isso mesmo... vamos ao debate das coisas... assim podemos mudar.
    Luis Claudio
    São Paulo - Ribeirão Preto

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  5. É isso aí Teca,
    Seu blog tá bombando...
    Eu aqui do Recife acho otimo....

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