Coluna Economia de Fernando Castilho
Viva o nepotismo
Publicado em 24.08.2007
Há uma enorme ilusão, dos mais diversos setores da sociedade, em acreditar que, pressionando a Assembléia Legislativa de Pernambuco, ela vai aprovar o fim do nepotismo. Não vai. Pelo menos não nesta legislatura. Não é só o presidente Guilherme Uchoa que é favorável a emprego de parentes. Ele, é bem verdade, é um dos poucos que tem a coragem de defender isso sem medo de ser criticado. O resto, ou fica se fingindo de morto ou faz aquele discurso para a platéia dizendo é contra. Sim, tem as exceções que não interferem no resultado final.
Deputado no Brasil é, por definição, nepotista. Basta ver o nível de colaboração do Legislativo na produção de leis, comparado com o Executivo. Basta listar o número de assessores técnicos que o poder contrata para se contrapor, tecnicamente, ao que propõe o Executivo. Quer saber mais: tenta checar quantos deputados têm o habito de ler regularmente o Diário Oficial para conferir o impacto dos atos do governo? E é assim em todos os Estados do Brasil. É cultural.
A campanha pelo fim do nepotismo é um movimento democrático que, em tese, poderia ajudar a melhorar a qualidade do produto dos poderes em favor do cidadão. Impessoaliza o servidor e abre perspectiva de que ele sirva apenas ao Estado. Mas não se deve achar que os deputados estão dispostos a abrir mão de levar para junto de si a família. Por isso, o projeto vai voltar para o Executivo até que uma onda nacional pressione. E falando nisso, você já mandou algum e-mail para um deputado exigindo que ele vote contra o nepotismo?
Comentário do blog: É no mínimo pra gente pensar. Temos enviado e-mails para nossos representantes? Eles sabem o que pensamos sobre nepotismo?
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
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