Basicamente depois dos escândalos que assolaram o governo Lula e que o PT mostrou outra face, uma série de comentários e análises sobre atuação do governo encheu os sites, blogs, jornais diversos e boa parte da grande mídia. Alguns fatos isolados, mas que de forma indireta passavam pelas linhas administrativas do governo também minaram a imagem desta segunda gestão pestista na presidência.
Com alguns ajustes aqui (nada ficou bom), outras mudanças ali (não deu pra perceber coisa alguma), e nenhuma mexida em pontos já estrangulados vem o fatídico acidente do vôo da TAM. Pronto. Daí para o pior. Há uma insatisfação geral em relação ao governo e sua gerência, que na fala de alguns, esses fatos estão focados na classe média atingida na sua possibilidade de acessão. No entanto, a insatisfação continua.
Nesse complexo panelão de erros e tentativas (?) de acertos, a mídia vai tatiando de um lado para o outro quase caindo a beira do precipício do absurdo. Há uma cobertura apurada aqui (e muita vezes pouco divulgada), uma jogada de informações ali (que bate nos capacetes dos jogadores) e algumas ilhas que produzem notícias bem trabalhadas, mas que passam quase que despercebida pelo olhar da sociedade (da informação) em geral.
Diante desse quadro clínico, chegam os movimentos solidários para agregar multidões e com eles são retomados também alguns chavões, palavras de ordem, teorias antigas dos tempos da Guerra Fria sendo adaptadas ao contexto e a radicalização na observação da critica, tipo: “é um novo Golpe de Estado”, “ a burguesia quer voltar ao poder”, “ a mais nova ofensiva da direita, articulada com setores da mídia, contra o PT e o governo Lula”... e por aí vai.
Em que pese o entendimento da sociedade sobre toda esta salada de frutas e verduras misturadas no mesmo tacho há um descontentamento tanto em relação ao governo, o que não significa que o resultado das urnas não seja legítimo, muito pelo contrário, e também o papel da mídia nesse contexto. As análises estão sempre, na maioria, voltadas para os extremos. Uma retórica constante sempre em determinados temas. Bate-se bastante em uma única tecla e pouco se aprofunda na apuração dos dados.
Mesmo que a simbologia petista esteja ligada a um período das grandes lutas e conquistas, Lula ainda exerce muito fascínio sobre alguns segmentos menos instruídos da população. E ponto.
No entanto, compreender o símbolo Lula e sua representação na sociedade, em geral, é o maior desafio da mídia. Isto força, e ainda bem que sim, que a grande imprensa veja com seriedade e competência o conteúdo e trate as informações para que ela possa exercer o seu papel na democracia.
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