
Ora, assim sendo, o que tem a imprensa contra o senador alagoano Renan Calheiros? A bem da verdade, seria muito cômodo e tranqüilo para nós pobres leitores e eleitores que o caso Renangate fosse totalmente acertado e por que não trazer à baila todas as mazelas, patifarias e roubalheiras praticadas nos corredores do Congresso, restaurantes de Brasília e “residências especiais” onde grupos envolvidos maquinam as estratégias para as ações golpistas.
Enquanto o roteiro da história não está fechado por completo, os atores encenam de improviso. Na tribuna o então presidente do Senado, que nem moral tem para administrar sua vida pessoal, faz ameaça na tangente para uns e põe discurso enfático na garganta quando quer atingir outro no coração.
Os pares e ímpares tremem na base porque no geral, quase todos, ou melhor, todos, têm muito a perder numa lavagem de roupa suja sendo exposta de forma midiática. Aquele que levanta a bandeira da dignidade e decência hoje pode ver seu nome lavrado nos autos das corrupções e de ações ilícitas, amanhã.
Todos estão encurralados até o pescoço. Quem não está dentro do saco de farinha é tão comprometido quanto, até porque conhece os caminhos pelos quais muitos estão seguindo e poderia perfeitamente denunciar quem estar ou não dentro do saco.
O silêncio é uma resposta de quem está colocando ataduras nos braços para não cortar na própria pele. Ao ficar calado passa a ser testemunha cabal ameaçada por uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento.
Desvendar o caso Renangate é abrir a porteira do serrado e deixar as vacas, os bois e os cavalos saírem.
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