quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A mídia na berlinda no caso Renangate




Circulam por e-mails e artigos algumas análises de intelectuais, acadêmicos e líderes de partidos considerados, anteriormente, de esquerda que existe um verdadeiro complô da grande mídia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em que verse interesses econômicos, ou melhor, concessões de emissoras para uns e perdas de controle para outros.

Aceitando que o Senador não é santo e que algo está quase que totalmente errado, os textos que falam sobre o caso Renangate está sempre questionando o por quê das Organizações Globo, Veja, Época e tantos outros veículos baterem, baterem e baterem no coitadinho do Renan (virou saco de pancada!!) quando todos sabem há muito tempo lobistas pagam despesas de políticos diversos em Brasília ou nos redutos eleitorais; que os casos de adultérios e tantas outras exposições da intimidades dos parlamentares vem desde o tempo do Império de D. Pedro I e que outros estão calados porque têm muito a perder se abrirem a boca.

Interessante perceber este tipo de análise uma vez que perdemos o sentindo da gravidade dos acontecimentos. Isto porque ficamos adormecidos na inércia das rotinas. Uma imprensa que ora se posiciona de um lado, ora fica no meio e ora está a disposição da informação contribui para que muitos leitores, telespectadores, ouvintes, internautas e blogueiros se sintam não informados, não confiantes do conteúdo e muito mais, sem acreditar que a imprensa, notadamente, está cumprindo o seu papel.

Vergonhoso e absurdamente aceitável é acompanhar sentado na poltrona da nossa casa, o caso Renangate como uma minissérie especial, onde o protagonista é a terceira pessoa mais importante na linha sucessória da presidência da república, tem caixas e caixas de óleo de Peroba em seu gabinete para se apresentar diante das câmaras e fotógrafos e se diz vitima de uma conspiração orquestrada por seus inimigos que desejam assumir sua cadeira no Congresso.

Com todo esse roteiro cheio, luz, câmara, ação, podemos pontuar cada artista dentro do seu espaço demarcado. No entanto, a mídia que deveria estar a frente de muitas dessas cenas construídas está a reboque desse folhetim onde suas intenções em divulgar e informar a sociedade se confundem com os interesses obscuros que não estão expostos à leitura e não fazem parte do script.

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