Sebastião Nery publicado na Tribuna da Imprensa on line
Dia 30/09/08
Dizem que os incas andaram por lá antes. Mas quem viu primeiro e contou foi frei Tomás de Berlanga, em 1534. Viajando do Panamá para o Peru, correntes marítimas arrastaram seu barco até as ilhas. Os marinheiros desceram para pegar água e comida. Muitos morreram.
O frade escreveu para Carlos V, rei da Espanha, sobre o arquipélago de 7.844 km2, no meio do Pacífico, a mil quilômetros da costa do Equador, que chamou de "Colón", em homenagem a Colombo, que havia acabado de descobrir a América. E falou sobre as "tartarugas gigantes" ("galápagos").
Durante dois séculos as Ilhas Encantadas, sem população local, foram refúgio de piratas, que de lá atacavam os portos coloniais espanhóis. Calcula-se que 100 mil tartarugas foram levadas vivas para serem comidas aos poucos. Bem mais ao sul, ficavam as Ilhas de Juan Fernandez, onde foi deixado, e viveu muitos anos totalmente sozinho, Alexander Selkirk, em cuja história Daniel Defoe se inspirou para criar o imortal Robinson Crusoe.
Galápagos
Em 1793, o inglês James Colnett começou a explorar Galápagos, atrás de baleias, peles de focas e tartarugas. No começo do século 19, os americanos atacaram a frota baleeira inglesa e deixaram lá cabras, que alteraram a ecologia das ilhas. Em 1832, afinal, o Equador assumiu as ilhas.
O mais importante aconteceu dois anos depois. Charles Darwin vinha dando uma volta ao mundo numa expedição do navio inglês Beagle, que já havia passado por Nova Zelândia, Austrália, Cabo Verde, Bahia, Rio de Janeiro (até Macaé), Malvinas, Patagônia, Terra do Fogo, Chile, Peru. E desembarcou nas Galápagos, onde suas pesquisas biológicas avançaram até a publicação, em 1859 (morreu em 1882), de "A origem das espécies".
Um primo de Darwin, Francis Galton, criou a expressão "eugenia" ("ciência que estuda a melhoria da raça humana, através do controle da reprodução"), associou-se ao biólogo Julian Huxley, irmão do escritor Aldous Huxley, e outros na Fundação Charles Darwin, na Sociedade Britânica de Eugenia e depois, em 1948, na IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Tudo aparentemente cientÍfico e generoso.
A WWF
Da IUCN nasceu, na Suíça, a WWF (Fundação para a Conservação da Natureza). Galton: "Eugenia é a ciência da melhoria do fundo genético da raça humana através do melhor cruzamento. É o estudo das instituições de controle social, que podem melhorar as qualidades raciais".
Outro sócio deles, Madison Grant, milionário americano, autor de "A passagem para a grande raça": "A eugenia é uma solução prática, piedosa e inevitável de todo o problema". Hitler escreveu: "Este livro é minha bíblia". Charles Mathias havia passado pela Alemanha e informado: "O trabalho de vocês tem desempenhado grande papel na formação da opinião dos intelectuais que estão por trás de Hitler em seu projeto".
O diretor da Eugenics Society, Paton Blaker, fez em 1951 "informe sobre as experiências realizadas pelos médicos nazistas em seres humanos vivos para desenvolver um método econômico de esterilização massiva".
O colonialismo inglês havia "encontrado na eugenia, na superioridade branca e na inferioridade dos povos colonizados a justificação moral da dominação e do controle global dos recursos e fontes de matérias-primas".
ONGs
Quem financiava (e financia) essas ONGs? O Clube dos 1001, uma sociedade mais ou menos secreta, só de milionários e bilionários: a Fundação Rockfeller, ligada primeiro à "eugenia", depois ao "controle populacional"; o piloto norte-americano pró-nazistas Charles Lindberg; o presidente do Banco Mundial Maynard Keynes; a Fundação Ford (criada por Henry Ford, cuja inspiração para a "Mein kampf" Hitler agradeceu).
E mais: o príncipe Bernardo da Holanda, que foi nazista, membro das SS Motorizadas, como ficou comprovado em Nuremberg, e cuja filha, a rainha Beatriz, se casou com o alemão Claus, do exército de Hitler, que entrou na Itália comandando a 90ª divisão panzer de tanques nazistas; o secretário de Estado americano Robert McNamara; o ex-ditador do Zaire Mobutu Seko; Daniel Ludwig, do Projeto Jari; Gordon Moore, da Intel; Ted Turner, ex da CNN, com os maiores rebanhos de búfalo no mundo, etc.
Amazônia
Todos eles, e muita gente mais, desaguam no Greenpeace. É uma cadeia só: a Eugenics, a IUCN, a WWF, o Greenpeace, a "mentira verde", que estão por trás de milhares de ONGs internacionais e nacionais.
Elas usam os índios e outras comunidades no mundo inteiro, sobretudo na América Latina, para "quebrar a soberania dos países e abrir as portas da intervenção internacional". Como na Amazônia, na Raposa Terra do Sol.
Toda essa história, que aqui resumi, está em um livro fascinante e indispensável, "Eco-fascismo - As internacionais ecológicas e as soberanias nacionais" (Editorial Planeta, de Buenos Aires), do jornalista, ensaísta e pesquisador argentino Jorge Orduna, que viveu na França, Equador, Peru, Bolívia e desmascara as ONGs, os novos exércitos do novo colonialismo. Outro livro excelente dele é "ONGs, as mentiras da ajuda".
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
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